“Os oceanos são um elemento de esperança para a saúde e para a produtividade do planeta. Mas os problemas [das alterações climáticas] resultam das opções que nós tomamos em termos das nossas economias, de utilização de combustíveis fósseis”, afirmou aos jornalistas, à margem do evento, a decorrer em Glasgow.
O ministro fez várias intervenções nas quais manifestou empenho na implementac¸a~o dos Objetivos de Desenvolvimento Sustenta´vel (ODS) da Agenda 2030 da ONU, que espera ver abordados na Confere^ncia dos Oceanos das Nac¸o~es Unidas, que terá lugar em Lisboa de 27 de junho a 01 de julho de 2022.
Segundo o governante, é “necessário manter esta linha de progresso para a grande discussão que vamos ter sobre o objetivo de desenvolvimento sustentável número 14, que tem a ver com a vida debaixo de água, com oceanos saudáveis e oceanos produtivos”.
O ministro desvalorizou o facto de o Dia de Ação do Oceano coincidir com o Dia da Juventude, tema que dominou hoje muitas das discussões, acentuado pela manifestação de milhares de jovens nas ruas da cidade.
Serrão Santos mostrou-se solidário com os protestos, admitindo ser necessário “um certo radicalismo para de facto abanar os processos de governação”.
“Eu admiro o papel que eles estão a fazer”, afirmou.
Serrão Santos foi o primeiro membro do Governo a participar na Conferência, pois o primeiro-ministro, António Costa, cancelou a presença devido à crise política.
Porém, negou que Portugal está representado por uma delegação de técnicos que participam nas negociações.
“Não diminui em nada o empenho e a imagem que Portugal tem neste contexto das alterações climáticas como um país que está muito envolvido. Foi um dos primeiros a determinar os processos descarbonização e de neutralidade de carbono, portanto estamos aqui muito bem representados pelo Ministério do Ambiente e do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, vincou o ministro.
As deslocações também estão a ser complicadas pelas questões logísticas em termos de alojamento, esgotado pelos mais de 30 mil delegados que participam na Conferência.
“Ontem [quinta-feira] cheguei aqui e a minha reserva de hotel não existia”, revelou, acrescentando que a situação foi resolvida rapidamente.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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