“Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa e restritiva. O nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países.” Durante o tempo que levou a ler esta declaração de Jair Bolsonaro, proferida em junho na Cimeira das Américas, em Los Angeles, EUA, desapareceram 126 árvores na Amazónia brasileira.
A desflorestação está a acelerar nos seis biomas do Brasil – Amazónia, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa. Nos últimos três anos, esfumaram-se 42 517 km2 de floresta, uma área equivalente a quase metade do território de Portugal Continental. E a situação tem-se agravado ininterruptamente: 2021 foi pior do que 2020, que, por sua vez, foi pior do que 2019. No ano passado, a área desflorestada no Brasil atingiu os 16 557 km2, mais 20% do que em 2020, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento do Brasil, do projeto MapBiomas Alerta, uma rede colaborativa formada por organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia que se dedica a estudar a desflorestação no país.