cop27

Durante a COP27, no Egito, fiquei alojado num resort frequentado por turistas europeus de classe média, a aproveitar o mar vermelho em regime pulseirinha all in. Nunca tinha testemunhado tanta arrogância para com os empregados, nem tanta gente a comer tanto – as pilhas de comida amontoavam-se e quase sempre acabavam entregues aos corvos locais –, nem tanta indiferença face à beleza local. Este resort podia bem ser uma metáfora algo trágica do nosso modo autocentrado, extrativo e indolente de habitar o planeta Terra

Lula da Silva praticamente decretou o fim do “desmatamento” na Amazónia, anunciou o Ministério das Populações Indígenas, cobrou aos países desenvolvidos o financiamento em falta do Fundo de Adaptação, candidatou-se à organização da COP30, em 2025, terminando com a componente mais estruturante do discurso, com criticas ao modelo de governança das Nações Unidas. Nesta COP, Lula veio dizer que o Brasil voltou. Para as lutas climáticas que se avizinham, este sinal é visto como um sinal de esperança para o Mundo, que nos deve orgulhar por vir de um País amigo de Língua Portuguesa

O documento de trabalho da COP27 está a ser criticado por representar um retrocesso no combate às alterações climáticas. Ainda vai ser debatido e negociado, mas, se a História se repetir, poderá tornar-se ainda menos ambicioso