“Os postos [fronteiriços] russos apareceram ali por um motivo. O que acontece agora representa uma mudança significativa na situação. Isto significa que não temos uma linha da frente, mas sim uma fronteira, e a fronteira é sinal de paz”, disse Pashinyan à imprensa local, citado pela agência Efe.

O líder do executivo arménio sublinhou que, de acordo com um protocolo assinado na sexta-feira, os guardas arménios e azeris vigiarão a fronteira de forma autónoma e sem ajuda exterior.

A Arménia e o Azerbaijão alcançaram na sexta-feira um acordo para delimitar a sua fronteira norte através da região norte-oriental de Tavush, debaixo de controlo arménio desde os anos 90 do século passado.

Em consonância com a Declaração de Alma-Ata (atualmente Almaty, no Cazaquistão) de dezembro de 1991, que certificou a dissolução soviética e o advento de quinze novas repúblicas independentes, o Azerbaijão recuperará o controlo de quatro localidades.

Azeris e arménios levaram anos a tentar delimitar os seus mais de mil quilómetros de fronteira, mesmo que já tenham acordado, à data, a superfície exata dos seus territórios.

Recentemente, Pashinyan anunciou que os guardas fronteiriços russos deslocados no aeroporto internacional de Zvartnots, em Yerevan, desde 1991, retirar-se-aão antes de 01 de agosto deste ano.

Após a queda da União Soviética, a Arménia esteve em guerra com o Azerbaijão pela posse do enclave de Nagorno-Karabakh, e não podia garantir a segurança das suas fronteiras, pelo que em 1992 foi assinado um acordo com a Rússia sobre “o estatuto dos guardas fronteiriços da Federação Russa na República da Arménia”.

Em virtude desse documento, as forças russas também estão deslocadas na fronteira da Arménia com a Turquia e com o Irão.

O Kremlin, que tem uma base militar na Arménia, também informou esta semana que iria retirar as tropas de pacificação russas em Nagorno-Karabakh, que se integrou em 2023 no Azerbaijão após uma operação militar levada a cabo com sucesso por Baku.

Estas novidades acontecem num momento de grande tensão entre a Rússia e a Arménia, que também congelou a sua participação na aliança militar pós-soviética (OTSC) devido à sua inação quanto às incursões azeris em território soberano arménio.

JE // JPS

“É uma situação complicada, porque só temos 11% do valor necessário”, afirmou Paulo Serrão, chefe do Gabinete para a Coordenação da Assistência Humanitária das Nações Unidas em Moçambique, em declarações hoje reproduzidas pela emissora pública Rádio Moçambique.

Serrão avançou que a maior parte dos recursos destina-se ao apoio às vítimas da guerra na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, e a outra parcela dos meios visa ajudar as pessoas afetadas pelas calamidades naturais, nomeadamente as inundações que atingiram a região sul de Moçambique.

Aquela responsável disse que a mobilização internacional de ajuda humanitária para Moçambique está difícil porque o mundo se debate com várias crises. 

A província de Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma insurgência armada com ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Depois de vários meses de relativa normalidade nos distritos afetados, a província registou, há alguns meses, novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, que têm limitado a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás natural.

PMA // JPS

Palavras-chave:

“O CDS não vive de uns fogachos parlamentares. Aliás, o CDS não desapareceu apesar de, conjunturalmente, num tempo curto não ter estado na Assembleia da República”, defendeu Nuno Melo na sua primeira intervenção no 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre hoje e domingo, em Viseu, na qual começou por fazer um balanço dos últimos dois anos em que esteve à frente do partido.

O líder centrista salientou que o CDS “resistiu sempre”, nomeadamente em seis presidências de Câmaras Municipais, “conquistadas em listas próprias, não dependendo de ninguém”, mas também noutras nas quais partilha o executivo com sociais-democratas, dando como exemplo o Porto com “o independente Rui Moreira”.

“Há dois anos prometi-vos que o meu primeiro ato simbólico, mas político, seria aparafusar naquela parede da Assembleia da República, a nossa placa que fez notícia quando saiu. Apertei-a eu, está lá, no que depender de nós de nunca mais de lá sairá. Está lá no lugar que lhe pertence por direito, está lá onde trabalhando faremos por a merecer todos os dias”, assegurou, num momento em que levantou os congressistas presentes.

Melo defendeu que “a casa mãe de democracia é por essência a casa do CDS” e que o partido “ajuda a construir a democracia”.

“Assim será de novo com o Paulo Núncio e o João Almeida, que são dois [deputados] mas, acreditem, valerão por 50, disso ninguém duvide”, frisou.

 

ARL/FM // JPS

“O que está a ser feito é uma verdadeira loucura”, disse Orbán no primeiro grande comício de campanha do seu partido, o Fidesz, para as eleições europeias de junho. O primeiro-ministro húngaro não escondeu que espera que estas eleições marquem um ponto de viragem na Europa, com um maior peso das posições ultraconservadoras.

Orbán sublinhou a sua firme oposição a qualquer envolvimento da NATO na Ucrânia.

“A Hungria não quer a guerra e não quer que a Hungria volte a ser um joguete nas mãos das grandes potências”, explicou, prometendo que o seu país “não entrará no conflito” ucraniano “por nenhum dos lados”.

O líder húngaro apelou também a uma “tomada de controlo” de Bruxelas, um termo que já utilizou em várias ocasiões para atacar o que define como “incompetência” dos “burocratas”. Segundo Orbán, existe “um grande problema” no seio da União Europeia e entre as políticas que pretende alterar estão as questões migratórias

“Ninguém pode ditar aos húngaros com quem têm de viver”, afirmou Orbán, cujo governo tem sido apontado nos últimos anos por retrocessos em termos de Estado de direito, entre outras razões, devido a leis que restringem os direitos da comunidade LGTBI.

JGO // JPS

Palavras-chave:

Depois de ter regressado às vitórias na deslocação ao terreno do Vizela (0-1), equipa à qual ‘entregou’ a lanterna-vermelha, o Desportivo de Chaves, penúltimo classificado, com 22 pontos, recebe o Estoril Praia, em 13.º, com 29.

Na antevisão à partida, Moreno começou por agradecer a presença de cerca de meia centena de adeptos transmontanos no último treino de preparação para o ‘duelo’ da 30.ª ronda da I Liga, evidenciando a importância da “força extra da bancada”.

Num balanço da semana de trabalho, o técnico reconheceu que ficou marcada por “caras mais alegres”, mas que “não foi muito diferente” do habitual.

“Sabemos da nossa situação, que está difícil. Ficava muito mais difícil se não tivéssemos ganhado em Vizela, é um facto, agora, compete-nos todas as semanas, todos os dias, todos os jogos, sermos profissionais exemplares, representar a história deste clube, a região o melhor que sabemos”, vincou.

Moreno renovou, por isso, o voto de confiança no plantel flaviense e afiançou que quer a equipa focada no mais importante, em si mesma, em mais um confronto “difícil”.

“Percebemos a valia do Estoril Praia, a qualidade individual, mas [temos] de melhorar ainda coisas em função do que fizemos em Vizela, jogar melhor, entregarmo-nos de corpo e alma ao jogo, e depois vemos no que dá. É assim que vamos estar até ao final do campeonato”, assegurou.

Ainda que tenha preparado os atletas para o “jogo coletivo bem trabalhado” do adversário, tecendo elogios a Vasco Seabra, Moreno disse querer focar a sua atenção na equipa que lidera.

“Se eu me desfocar, se começar aqui a elogiar em demasia aquilo que é o adversário, que tem qualidade, não nos preocupamos com aquilo que realmente importa e conseguimos controlar, que somos nós. Portanto, o nosso foco terá de ser em nós, reconhecer e respeitar os adversários todos da mesma forma, mas irmos para jogo e competir”, defendeu.

Para esta tarefa, Moreno não poderá contar com os lesionados Guima e Cafú Phete. Em sentido inverso, Sandro Cruz está de regresso ao leque de disponíveis e irá integrar a convocatória, adiantou o ‘timoneiro’.

O Desportivo de Chaves recebe o Estoril Praia no domingo, às 15:30, no Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, em encontro da 30.ª jornada da I Liga portuguesa, que será arbitrado por Nuno Almeida, da associação do Algarve.

 

MYMR // PFO

O ataque, no final de sexta-feira, atingiu um edifício residencial no bairro ocidental de Tel Sultan, segundo a defesa civil de Gaza, citada pela agência norte-americana AP.

Os corpos de seis crianças, duas mulheres e um homem foram levados para o hospital Abu Yousef al-Najjar de Rafah, segundo os registos do hospital.

No hospital, hoje de manhã, os familiares choravam e abraçavam os corpos das crianças, envoltos em mortalhas brancas, enquanto outros os confortavam, segundo a AP.

“Este é um mundo desprovido de todos os valores humanos e morais”, disse Ahmed Barhoum, que perdeu a mulher e a filha de 5 anos.

As autoridades de saúde de Gaza anunciaram hoje que mais de 34.000 pessoas foram mortas em quase sete meses da ofensiva de Israel contra o território palestiniano governado pelo grupo extremista Hamas.

Rafah, que fica na fronteira com o Egito, acolhe atualmente mais de metade da população total de Gaza, cerca de 2,3 milhões de pessoas, a maioria deslocada pelos combates no norte do território.

Apesar dos apelos à contenção da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, o mais firme aliado de Israel, o Governo israelita insiste há meses que tenciona levar a cabo uma ofensiva terrestre na cidade.

Israel alega que muitos dos restantes militantes do Hamas estão escondidos em Rafah.

Até à data, essa operação terrestre não se concretizou, mas os militares israelitas têm efetuado repetidamente ataques aéreos na cidade e arredores.

A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes ao sul de Israel pelo Hamas, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns.

Israel afirma que cerca de 130 reféns permanecem em Gaza, embora mais de 30 tenham sido confirmados como mortos.

A guerra de Israel contra o Hamas conduziu a uma escalada dramática das tensões num Médio Oriente, já de si volátil, fazendo recear uma guerra total, sobretudo com o envolvimento do Irão.

PNG // JPS

“A greve não está fora de questão”, disse à Lusa Eduardo Rita, secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).

“Vamos ter a assembleia geral do sindicato no próximo mês e possivelmente daí irá sair uma greve geral nos CTT por causa do IOS”, o subsistema de saúde conhecido como Regulamento de Obras Sociais e que a administração da empresa substituiu por um novo Plano de Ação Social (PAS), “com prejuízo para os trabalhadores”.

A concentração agendada para hoje pela Comissão de Trabalhadores e todos os sindicatos representativos dos CTT teve como objetivo “protestar contra a atitude da administração” dos Correios, que decidiu “unilateralmente” anular o IOS e aplicar o PAS a partir de janeiro.

O SNTCT recorda que o regulamento “só podia ser alterado com o acordo das partes” e, por isso, avançou com um processo em tribunal.

A primeira acareação de partes está agendada para 08 de maio, adiantou Eduardo Rita.

As negociações entre administração e sindicatos iniciaram-se em setembro, mas não resultaram em acordo.

“Nós estamos disponíveis para negociar uma coisa séria”, garante o dirigente sindical.

Alda Rosário, coordenadora da Comissão de Trabalhadores dos CTT e carteira na central de Lisboa, criticou os cortes nos apoios, numa altura em que a empresa regista lucros.

Em 2023, os CTT, hoje uma empresa privada a 100%, alcançaram resultados líquidos de 60,5 milhões de euros, um aumento para quase o dobro em relação ao ano anterior.

“Achamos que não é justo aquilo que os CTT estão a fazer aos trabalhadores dos Correios. Estamos a pagar mais por menos, hoje em dia”, realça.

A alteração no subsistema, que abarca 35 mil beneficiários, significou, nomeadamente, o aumento da quota e da comparticipação suportada pelos trabalhadores (que passou de 43,6% para 55%).

Alda Rosário diz que os trabalhadores esperam que a administração volte atrás. “Estamos disponíveis para reunir e (…) voltar ao regulamento que tínhamos anteriormente. Pelo menos com essas condições, senão melhores”, sublinha.

Pedro Faróia, carteiro na central de tratamento de correspondência de Cabo Ruivo, explicou à Lusa o “grande impacto” que a alteração do subsistema de saúde provocou na sua vida.

Pai de uma filha pequena, com autismo, beneficia agora de reembolsos menores (desceram de 75 para 67,5%).

Além disso, “pagam atrasado, arranjam sempre problemas”, relata.

“Mais grave” ainda, “já não há nenhum médico convencionado” como terapeutas da fala, terapeutas ocupacional, neuropediatras.

“Tivemos que recorrer a médicos fora do subsistema de saúde. (…) O guia de prestadores continua a mostrar que há muitos serviços, mas isso é uma mentira, cada vez há menos médicos a trabalhar para a Médis CTT”, refere.

Residente no concelho de Sintra, um dos mais populosos do país, o carteiro imagina “as dificuldades” acrescidas em zonas mais isoladas do país.

SBR // EA

Pichardo, que precisava de alcançar 17,22 metros, vai, assim, poder defender na capital francesa o título conquistado há três anos, na edição Tóquio2020, quando ‘pulou’ 17,98, marca que ainda é recorde de Portugal.

Em representação da seleção lusa, o atleta do Benfica, de 30 anos, nascido em Santiago de Cuba, foi ainda campeão do Mundo e da Europa, em 2022, duas vezes campeão da Europa em pista coberta, em 2021 e 2023, e vice-campeão mundial em pista coberta, em 2022.

Pedro Pablo Pichardo, que representou Cuba até 2015, tem como recorde pessoal no triplo 18,08 metros, conseguidos em 28 de maio de 2015, em Havana.

No atletismo, Pichardo junta-se na equipa lusa, agora composta por nove atletas, a Pedro Buaró (salto com vara), Samuel Barata e Susana Godinho (maratona), Isaac Nader (1.500 metros), João Coelho (400 metros), Auriol Dongmo (peso), Ana Cabecinha (20 quilómetros marcha) e Irina Rodrigues (disco).

PFO // PFO

Palavras-chave:

Em pouco mais de dois anos, as exportações portuguesas para a região do Cáucaso e da Ásia Central dispararam. O Quirguistão comprou mais de um milhão de euros em produtos “made in Portugal” – uma subida de 682%, comparando com o ano anterior à invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Nessa altura, por exemplo, Lisboa não tinha vendido qualquer sabonete, sabão ou vela a Bichkek, a capital do país. No ano passado, porém, esse montante subiu para €82 mil. Ora, entre Lisboa e Moscovo, a venda deste produto sofreu o processo inverso: em 2021, Portugal vendeu €350 mil para a Rússia e, em 2023, fez apenas €122.

O curioso caso dos sabonetes, com origem em Portugal, é apenas uma pequena amostra da tendência que se verifica em todos os países da União Europeia (UE) e que se intensificou desde as sanções económicas que Bruxelas impôs a Moscovo. Maquinaria, alimentação, automóveis, metais, madeiras, estes são cada vez mais os produtos que viajam para aquela região, mas não para a capital russa. Só que, para os especialistas, o destino dos produtos pode mesmo ser a Rússia, através de reexportações, uma forma de fintar as sanções.

“Há um aumento generalizado das exportações da UE para a Ásia Central e o Cáucaso, que começa logo após a Rússia ter invadido a Ucrânia”, explica à EXAME Robin Brooks, antigo economista-chefe do Institute of International Finance. “O facto de as exportações terem aumentado logo após a invasão significa que não têm nada que ver com os países em questão e, portanto, muito provavelmente irão para a Rússia. Os pontos críticos são o Quirguistão, a Geórgia e a Arménia”, acrescenta.

Novas rotas As exportações europeias para a região têm sido redirecionadas para outros países que não a Rússia, desconhecendo–se o verdadeiro destino

Na realidade, entre 2021 e 2023, as exportações dos Estados-membros para estes países – juntando também o Cazaquistão e o Turquemenistão – mais do que duplicaram (+119%), ao passo que, para a Rússia, caíram 57%.

Em termos absolutos, saíram de Bruxelas €25,6 mil milhões em diversos produtos para estes cinco países, face aos €11,6 mil milhões antes da guerra na Ucrânia. Da mesma forma, Robin Brooks alerta para o facto de as tais reexportações da mercadoria destes países para a Rússia terem também aumentado.

Desde 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e ignorou os acordos de Minsk, Bruxelas tem imposto restrições económicas a Moscovo, que se intensificaram de forma exponencial a partir de fevereiro de 2022, altura da invasão russa. Dois anos depois, a 23 de fevereiro deste ano, a UE divulgou o décimo terceiro pacote de sanções contra o Kremlin. No total estão sancionados 1 706 indivíduos, nomeadamente Putin e aliados – por exemplo, o ex-dono do Chelsea, Roman Abramovich –, e 419 entidades.

Máquinas e automóveis destacam-se

“Grande parte do aumento das exportações parece envolver automóveis, peças e maquinaria. Portanto, o tipo de coisas de que a Rússia necessita e que pode facilmente acabar no campo de batalha”, continua o economista.

Entre 2021 e 2023, a UE exportou menos 82% de produtos ligados à maquinaria e a equipamento de transporte para a Rússia, tendo passado para os €7,2 mil milhões. Mas, se, por um lado, para Moscovo as vendas caíram devido às sanções impostas, por outro, para os países vizinhos acima mencionados aumentaram 505% (€10,7 mil milhões no total).

As exportações em números

Oscilações nas vendas da Europa, entre 2021 e 2023, para…

1 036%
Quirguistão

Aumento das exportações dos países da UE para o Quirguistão face ao pré-guerra

285%
Arménia

A Arménia tornou-se outro dos destinos para produtos europeus

-57%
Rússia

Por outro lado, entre 2021 e 2023, as exportações para a Rússia derraparam

Em termos percentuais (mas vindo de uma base praticamente inexistente), o Quirguistão destaca-se, com as exportações deste material a aumentar 1 958% (de €80 para €1,65 milhões), mas o maior aumento absoluto diz respeito ao Cazaquistão (+ €4 mil milhões), passando a comprar €6,5 mil milhões em 2023.

“Mesmo que este material não acabe no campo de batalha, ajuda a Rússia a mudar o resto da economia para a produção de guerra, por isso, não importa o que aconteça, estas exportações precisam de ser interrompidas”, alerta Robin Brooks.

Portugal segue o mesmo caminho

Aquilo que se verifica na maioria dos países do bloco central, também se dá em Portugal, que passou a olhar para estas regiões serpenteadas pela cordilheira do Cáucaso com outros olhos – mesmo que a Rússia não seja historicamente um parceiro muito relevante para o país.

Em 2023, Portugal exportou €42,4 milhões para os cinco países mencionados, o que representa um aumento de 85% face ao ano anterior à guerra na Ucrânia. As mercadorias mais exportadas por Portugal são a madeira e a cortiça, produtos metálicos, alimentação e equipamento elétrico.

Tal como no conjunto de países da UE, o maior destaque das exportações portuguesas vai para o Quirguistão, que, no espaço de dois anos, comprou mais 682% em produtos portugueses – produtos como sabonetes, sabões ou velas podem dar uma pequena ajuda para este número, uma vez que o valor das exportações era zero em 2021. No entanto, em termos absolutos, é para a Geórgia (€16,6 milhões) e para o Cazaquistão (€14,4 milhões) que mais exportamos, entre este leque de países próximos do Kremlin.

E se Portugal é um pequeno exportador para estes mercados, como já o era para a Rússia, o panorama ganha outros contornos em países de maior dimensão. Refira-se, no entanto, que estas exportações são permitidas, uma vez que vão para destinos não sancionados. Mas, inadvertidamente ou não, podem acabar por minar os esforços ocidentais de sanções à Rússia.

Encerrado o capítulo da Taça de Portugal, com a eliminação nas meias-finais perante o FC Porto, consumada na quarta-feira, com uma derrota por 3–1, o técnico realçou que a equipa minhota ainda pode ascender ao terceiro ou ao quarto lugar nos cinco jogos que restam, a começar pela visita ao reduto de um adversário 100% vitorioso em casa para a I Liga.

“Temos de ser equipa uma compacta, solidária e fechar não só os espaços interiores, mas também os ataques à profundidade. Com bola, temos de ser autoritários e de saber onde ‘ferir’ o Sporting”, disse o técnico, na antevisão ao duelo marcado para as 20:30 de domingo, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

Apesar os ‘leões’ se apresentarem para o duelo com uma “pressão maior”, face à luta pelo título, o ‘timoneiro’ vitoriano realçou que a sua equipa tem de estar “no máximo” para travar a equipa treinada por Rúben Amorim, capaz de “muita variabilidade no jogo”.

“Defensivamente, vamos ter de ser uma equipa muito criteriosa. Vamos ter de ter muita capacidade de antecipação e de saber os ‘timings’ para ‘saltar’ à pressão. Vai haver muitos duelos e temos de estar atentos”, completou, a propósito do embate com um oponente com sete vitórias seguidas para a I Liga.

Convencido de que os seus pupilos podem “escrever uma página bonita” na história do clube vimaranense – até porque lhes basta mais seis pontos, em 15 possíveis, para superar o recorde de pontos no campeonato, de 62, fixado em 1995/96 e em 2016/17 -, Álvaro Pacheco frisou ainda que a equipa se deve abstrair do ambiente que a espera, num estádio que se perspetiva cheio.

“Para estarmos perto de ganhar, temos de estar perto da nossa essência. O nosso adversário vai estar com estádio cheio. A última derrota do campeonato do Sporting foi com o Vitória [na 13.ª jornada]. Espero que sejamos capazes de estar tranquilos, de nos abstrairmos do ambiente e de nos focarmos no nosso jogo”, admitiu.

O treinador, de 52 anos, vincou ainda que Bruno Varela vai retomar a titularidade na baliza, após Charles ter defendido na segunda mão da meia-final com os ‘dragões’, que o lateral esquerdo Afonso Freitas recuperou da lesão sofrida na quarta-feira e que o médio Zé Carlos tem de “continuar a evoluir” para ir além dos 505 minutos que soma nesta época, número aquém dos 1.464 de 2022/23.

“Quem está a jogar, está a jogar muito bem. Tem de continuar a trabalhar e a evoluir. Neste processo de trabalho desde que chegámos [a equipa técnica], toda a gente tem evoluído. O Zé faz parte do nosso plantel. Agora é esperar pela oportunidade”, adiantou.

O Vitória de Guimarães, quinto classificado da I Liga portuguesa de futebol, com 57 pontos, visita o Sporting, líder do campeonato, com 77, em partida agendada para as 20:30 de domingo, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, com arbitragem de Cláudio Pereira, da Associação de Futebol do Aveiro.

 

TYME/GYS // PFO