1 – Deixar o email sossegado
É importante não ver emails durante o fim de semana. O melhor a fazer para o conseguir é desinstalar a aplicação do telemóvel. Na segunda-feira, as mensagens vão lá estar todas à sua espera.
2 – #domingosonlife
Aderir ao movimento #domingosonlife, criado pela mentora Cláudia Ganhão, para se obrigar a guardar o telemóvel e não consumir conteúdos nesse dia da semana, estando assim mais disponível para as pessoas da vida real.
3 – Prazeres simples
Passear num parque ou sentar-se num muro de frente para a praia, sem ter dispositivos eletrónicos, torna-se fundamental para a contemplação.
4 – Atenção plena
Dedicar alguns minutos diários a práticas de atenção plena e concentrar-se na respiração ou na audição de música calma.
5 – Dançar, como se ninguém estivesse a olhar
A dança não é apenas um divertimento. Quando feita sem amarras, torna-se muito libertadora. Dance, ao som da sua música favorita, e não se iniba com as figuras. Afinal, ninguém está a ver.
6 – Práticas introspetivas com regularidade
O ioga e a meditação fazem maravilhas por quem deseja desacelerar. Ao obrigarem à introspeção, recorrendo a práticas respiratórias e de foco, permitem o desligamento do mundo que nos rodeia.
7 – O prazer de ter um livro para ler
Parece uma atividade banal e corriqueira, mas com o avanço das tecnologias e o dispersar da nossa atenção, sentar-se num canto a ler, longe de ecrãs, tornou-se um luxo acessível apenas a quem ainda se esforça para o ter.
8 – Fazer um retiro
Se não conseguimos introduzir práticas saudáveis no nosso dia a dia está na hora de entrarmos num retiro. Em poucos dias, numa comunidade segura, aprendem-se técnicas importantes que depois devemos importar para as nossas rotinas aceleradas. A oferta é imensa e serve todos os públicos e carteiras.
9 – Desinstalar apps
Sabemos que atualmente as redes sociais são um dos maiores sorvedouros do nosso precioso tempo livre. A melhor forma de lhes virar a cara, é retirá-las do ecrã do seu telemóvel, nem que seja um bocadinho de cada vez. Se, mesmo assim, continuar a ir lá espreitar, encha-se de coragem e apague o perfil (não é imediato, avisamos já).
10 – Assinar uma newsletter
Desde o início de 2024 que o jornal britânico The Guardian envia uma newsletter chamada de Reclaim Your Brain (reclama o teu cérebro), desenhada para ajudar as pessoas insatisfeitas com o seu tempo de ecrã. É possível inscrever-se num curso de cinco semanas, com tarefas atribuídas por Catherine Price, autora do livro How to Break Up With Your Phone.
11 – Apreciar arte ou o silêncio
A capacidade de entrar em fluxo pode acontecer quando se mergulha no cenário de uma pintura ou de uma instalação, ao ponto de perder a noção do tempo. O silêncio absoluto é enriquecedor por implicar estar atento e nada fazer, descobrindo sons subtis, até do próprio corpo e da mente a funcionar.
12 -Criar o hábito de vaguear
No seu livro Anatomia da Errância, Bruce Chatwin, uma referência na literatura de viagens, dizia que “errar não é sinónimo de perder-se; é o caminho da descoberta”. Caminhar sem planos nem destino certo é uma maneira de sair da zona de conforto e abrir-e ao desconhecido, criando condições para expandir a perceção e a criatividade.
13 – Conversar sem pressa
Partilhar histórias demoradamente e com detalhes saborosos – as conversas ainda podem ser como as cerejas! – promove ligações autênticas, contribui para o relaxamento, liberta endorfinas e melhora o sono. A investigadora do M.I.T., Sherry Turkle, recomenda isso mesmo no seu livro Reclaiming Conversation, uma arte que parece estar a perder-se com tantos a olhar para baixo, com os dedos no ecrã.
14 – Ritual do chá (ou da sesta)
A cultura oriental criou esta rotina securizante, capaz de enraizar uma pessoa no aqui e agora e carregar baterias como o faz com o telemóvel. Outros podem preferir passar pelas brasas e sintonizar-se com o sistema nervoso parassimpático.
15 – Cultivar o ócio
Olhar o ócio como “produção” de bem-estar e permitir-se ir ao “encontro” dele de forma voluntária e intencional é uma boa maneira de manter a culpa à porta se ela aparecer e desfrutar do descanso sem precisar de se justificar.
16 – Sonhar acordado
Quem não se incomoda com aquilo que os outros pensam quando entra no seu mundo e fica como se estivesse a olhar para o nada conhece bem os ganhos de dar corda às fantasias e deixar a imaginação à vontade. Se receia a figura que pode fazer nesse “flutuar”, faça a experiência e pode descobrir que esse tempo “improdutivo” facilita o processamento emocional.
17 – Atividades simples e repetitivas
Entregar-se a tarefas como rabiscar num papel, fazer carreirinhas de tricot ou contar as nuvens (ou as pessoas que passam) não só promovem a descontração sem precisar de tutoriais como ajudam a mente a recalibrar sem ser preciso apresentar e avaliar resultados.
18 – Aborreça-se
Esta sugestão pode assustar quem mais precisa dela. O que pode acontecer se ficar aborrecido “de morte” e privado de estímulos? Talvez se dê conta, sem espalhafato nem as excitações costumeiras, que está a dar folga ao seu cérebro e a mente pode trazer-lhe surpresas, nesse vazio de distrações.
19 – Dar banho ao cão
Além de trabalhar o foco e a presença, este é o tipo de coisa que fazem esquecer tudo o resto. O mesmo se aplica a tomar um duche com calma e a visualizar todos os balões de preocupações mentais, resíduos de problemas do dia, nós no estômago e dores no trapézio a diluírem-se, deixando no seu lugar uma leveza sem nome. Há quem prefira os banhos de floresta e os de água gelada, mas cada um sabe de si.
20 – Produtividade lenta
Se o seu conceito de descanso é a organizar ou a criar coisas, o especialista em minimalismo digital Cal Newport, autor de best-sellers como Deep Work (trabalho profundo) e o recente Produtividade Lenta (Actual Editora, 2024), tem um lema: “Trabalhe a um ritmo natural. Torne-se obcecado com a qualidade.” Em suma, escolher o seu horário, cumpri-lo concentradíssimo e sem distrações nem apertos pode ser a sua praia.
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