“Este orçamento passou na generalidade com a margem mais curta desde os últimos orçamentos de Guterres. E se em 2001 e 2002 tivemos o Orçamento do Queijo Limiano, este pode ser o Orçamento do Pijaminha. Vai ter um bocadinho de cada ementa. É o orçamento do PS, mas também dos oprimidos, dos animais e das minorias”, comentou Mafalda Anjos, diretora da VISÃO, no programa Olho Vivo.
O orçamento aprovado com a abstenção do PCP, e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira, ex-Livre, e Cristina Rodrigues, ex-PAN foi um dos temas quentes do programa de comentário político e económico. “O Bloco de Esquerda fica mal na fotografia, por estar a votar ao lado da direita e do Chega”, sublinha Filipe Luis, editor-executivo da VISÃO.
“Não sei se o Bloco calculou bem o impacto desta decisão, está apostar que não terá um julgamento eleitoral tão cedo. Vai ser massacrado pela opinião pública, não só pelo lado socialista, como também pela direita, onde será sempre atacado, e até por uma parte da esquerda”, sublinha o jornalista Nuno Aguiar. 68% dos eleitores do Bloco queriam que este orçamento fosse viabilizado, segundo uma sondagem recente. “O eleitorado do Bloco não compreende bem esta decisão, sobretudo em tempo de pandemia”, defende.
“Este é também um orçamento que teve como pano de fundo uma guerra ideológica sobre o SNS. Há uma ala que quer o reforço do SNS e quem prefira trazer os privados para fazer face à emergência pandémica, ala onde alinha o Presidente da República”, sublinha Mafalda Anjos.
Sobre a situação pandémica, é certo e sabido que vêm aí mais medidas de confinamento. Nesta conversa, uma crítica à ministra Marta Temido: falhou ao dar, esta semana, previsões assustadoras sem apontar as soluções. “O que importa saber é como nos preparámos para a segunda vaga no SNS. Temos mais camas nas UCI? Mais médicos para tratar destes doentes? Mais ventiladores? E como vamos fazer se se esgotar esta capacidade instalada no SNS, que foi aumentada? É preciso ter soluções, e se for realmente preciso não faz sentido ficar enleado numa guerra ideológica.”
Determinantes para o mundo, as eleições americanas onde Biden lidera nas sondagens, foram outro tema em discussão. “A não ser que exista uma vitória esmagadora de Biden, Trump vai encontrar maneira de contestar os resultados eleitoriais e os votos por correspondência em alguns estados”.
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