Diário do Governo

No dia em que, querendo tomar os portugueses por tontos, tentou desvalorizar a maior greve geral do século XXI, Leitão Amaro, igualmente pela sua violação dos compromissos de solidariedade europeia e pela convergência com Orban e Fico, amealha mais um prémio Laranja Amarga

Montenegro quis esta greve geral e aposta na reescrita unilateral do contrato social, tal como o está a fazer ao equilíbrio político com a aliança com a extrema-direita, mas pela sua impreparação para a concertação social, sem perceber que a alternativa é bem mais dramática e violenta, a ministra Rosário Palma Ramalho merece o prémio Laranja muito Amarga de hoje

Pelo seu silêncio perante os casos de escravatura de trabalhadores imigrantes, das sucessivas violações do segredo de Justiça e da “política” de escutas do Ministério Público, é Rita Júdice que merece o prémio Laranja Amarga de hoje

Pelo retrocesso na descentralização para os municípios e pela destruição da democratização das CCDR, o prémio Laranja Amarga de hoje é para o antigo autarca sem memória Castro Almeida

Pela total desconexão entre os verdadeiros custos de contexto das empresas e as prioridades ideológicas do Governo, o prémio Laranja Amarga de hoje vai para o pregoeiro das reformas anunciadas Gonçalo Matias

Pela incapacidade para enfrentar o desafio da renovação do SNS, e pela arrogância a inventar fantasmas, a ministra Ana Paula Martins tem mais um prémio Laranja Amarga

Desde o final da semana passada o ministro das Finanças está desaparecido sem agenda para comentar o aumento de impostos, que foi publicado ainda antes da promulgação do Orçamento por Marcelo Rebelo de Sousa, mas Miranda Sarmento não escapa ao prémio Laranja Amarga de hoje

Pelo obscurantismo em torno das decisões sobre aumento da despesa e investimentos militares, Nuno Melo merece o prémio Limão Azedo de hoje

Ao fim de todas estas correrias de cabeça perdida, culpando todos menos a própria, diria que a única certeza que Carlos Alexandre pode já ter é que a gestão de Ana Paula Martins é uma fraude política que merece mais um prémio Laranja muito Amarga

Pela falta de cultura democrática no debate orçamental e pelo abuso da inexistente legitimidade constitucional, protegida pelo compagnon de route presidencial, o prémio Laranja Amarga de hoje vai para o minoritário Luís Montenegro

Mas da ministra Lúcia Amaral espera-se bastante mais do que dizer que é o “sistema a funcionar” para defender o respeito pelos direitos fundamentais e combater a discriminação nas Forças de Segurança, pelo que recebe um prémio Laranja Amarga pela reiterada abstenção onde a Provedora Lúcia exigia ação

Pelo desaparecimento do combate à violência contra as mulheres, a ministra de quase tudo e quase nada, até da igualdade, Margarida Balseiro Lopes, estreia-se hoje com o prémio Laranja Amarga

Mas o que surpreende é a total inexistência neste debate sobre modelos estruturais, óbvias descoordenações e jogos de política de caserna partidária, da independente ministra da Administração Interna Lúcia Amaral, como se nada tivesse a ver com o tema até que a próxima crise lhe caia em cima da cabeça, pelo que leva pela sua reiterada abstenção mais um prémio Laranja sem Sumo

O debate na especialidade está feito, salvo pequenas sarrafuscas para marcar pontos políticos, e pela opacidade das contas e pela opção pelas grandes empresas em detrimento dos pensionistas, Miranda Sarmento merece o prémio Laranja Amarga de hoje

No recente debate orçamental, a ministra Lúcia Amaral voltou a lembrar a Carlos Moedas que a Constituição da República não permite transformar as polícias municipais em órgãos de polícia criminal, e que, por isso, não pensa mudar a lei para aproximar o xerife Moedas do estatuto das polícias locais do Brasil ou dos Estados Unidos. Mas a falta de resultados dos inquéritos às atividades ilegais da Polícia Municipal de Lisboa dá-lhe o prémio Laranja sem Sumo de hoje

Em tempo de fim de fundos para continuar a comprar o estado de graça, e de início do debate na especialidade do orçamento sem qualquer abertura do Governo para o diálogo e o compromisso, convinha ter um porta-voz que desse o exemplo de responder mais à Assembleia da República e fizesse menos propaganda, pelo que sendo a montra da equipa é Leitão Amaro o prémio Laranja Amarga de hoje

Pela aposta numa escola pública inclusiva com estudantes de dezenas de nacionalidades que contribuem para a integração num Portugal humanista e cosmopolita, o ministro Fernando Alexandre merece hoje o prémio Laranja Doce

Pela sua incapacidade para justificar a doutrina da reforma e pela falta de vontade para dialogar, a ministra Rosário Palma Ramalho é já um problema para os trabalhadores que acreditam no diálogo social e um engulho para o Governo, pelo que merece hoje mais um prémio Laranja Amarga

Por toda esta promiscuidade partidária na gestão pública, pelo centralismo desavergonhado expresso no preâmbulo do DL 119/2025, de 13 de novembro, e pela aprovação de uma escandalosa lei para superar a ilegalidade da nomeação anterior, o prémio Laranja Amarga de hoje vai para Miguel Pinto Luz

Pela ausência de estratégia transparente para o alargamento da despesa em Defesa e pelo improviso infantil de querer mostrar serviço mesmo comprando helicópteros inadequados, o prémio Limão Azedo de hoje é para Nuno Melo.

Pela total falta de sintonia entre os “amanhãs que cantam” dos anúncios da Reforma do Estado e o agravamento da degradação dos serviços públicos, o ministro da modernidade tecnológica Gonçalo Matias recebe o prémio Laranja sem Sumo de hoje