Na tarde em que Jamal completou 99 anos, Malak al-Maut bateu-lhe à porta. Era um domingo. O velho, que estava sozinho em casa, levou alguns minutos a abrir, pois, como ele mesmo dizia, tinha as dobradiças um pouco enferrujadas. Não se surpreendeu ao ver, do outro lado, um jovem belíssimo, vestido com uma jelaba branca, que o encarava com um sorriso simpático.
‒ Tenho estado à sua espera ‒ disse o velho, e fez um gesto com a mão, convidando o jovem a entrar. ‒ É um prazer recebê-lo em minha casa. Posso servir-lhe um chá de menta. Mas desde já o previno que não sairei daqui na sua companhia. Sinto muito por qualquer incómodo.