
A situação está tensa junto à fronteira da Mauritânia. Os observadores da Nações Unidas mantêm-se no terreno e os capacetes azuis patrulham a área. O clima está pesado e quer mauritanos, quer marroquinos não escondem o desconforto em falar do assunto.
Frente Polisário, acrónimo de Frente Popular de Libertação de Saguía el Hamra e Rio de Ouro, braço armado em favor da autonomia do território do Sara Ocidental e pela autodeterminação do povo saaraui, mantém os seus militares estacionados no seu território entre Marrocos e Mauritânia.
Marrocos quer construir uma autoestrada que ligue diretamente Marrocos à Mauritânia ignorando o território do Sara ocidental. As tropas da Frente Polisário impediram os trabalhos reclamando o território como seu. Unidades armadas marroquinas e a Frente Polisário estão muito próximas. À nossa passagem era bem visível o posicionamento de tropas de ambas as partes.
Na noite anterior tínhamos falado com alguns dos observadores da Nações unidas que estavam alojados no mesmo hotel que nós, o Hotel Barbas, e a sensação era de grande apreensão. Marrocos recusa-se a negociar diretamente com a Frente Polisário.
O Sahara Ocidental, no noroeste da África, faz fronteira com Marrocos, Mauritânia e Argélia. Em 1976, a Espanha, o antigo poder colonial, finalizou sua influência na área. Logo depois, começaram confrontos entre a Frente Polisário e o Marrocos.
Em setembro de 1991, foi firmado um cessar-fogo. E no mesmo ano, a Missão da ONU, Minurso, foi enviada à região.