Depois de alguns anos a produzir soluções de Inteligência Artificial a um ritmo impressionante, os maiores players deste segmento parecem estar com dificuldades para manter a velocidade e trazer novidades verdadeiramente inovadoras. Como avança a Bloomberg, a OpenAI, Google e Anthropic estão a deparar-se com vários obstáculos, entre os quais o retorno do investimento ou a disponibilidade de conjuntos de dados.
A OpenAI, por exemplo, finalizou o treino inicial de um novo modelo que se esperava que fosse significativamente melhor do que as alternativas existentes. O Orion, como é conhecido internamente, não atingiu, no entanto, o desempenho desejado e, agora, não é visto como uma evolução tão grande como o GPT-4 foi em relação ao GPT-3.5. Na Alphabet, a casa-mãe da Google, uma nova versão do Gemini não está a corresponder às expetativas, revelam três fontes próximas. A Anthropic, por sua vez, já admite que o lançamento do modelo avançado Claude Opus 3.5 vai demorar mais a chegar do que o inicialmente previsto.
Entre as dificuldades elencadas, além do desempenho não ser uma melhoria significativa, há a questão de obter dados de elevada qualidade para treino e produzidos por humanos, que possam ser combinados e construir os sistemas de IA. No Orion, por exemplo, o modelo teve dificuldades em criar código para o qual não tinha sido treinado em parte devido à falta de dados disponíveis para o ensinar. As melhorias modestas trazidas não são suficientes para convencer as empresas a continuar o investimento para construir e operar estes novos modelos, mesmo que a promessa de potencial esteja lá.
Margaret Mitchell, cientista chefe da startup de IA Hugging Face, considera que “ a bolha da Inteligência Artificial Generativa está a esvaziar um pouco”, explicando que há uma necessidade para “diferentes abordagens de treino” o que fará com que estes modelos ainda demorem alguns anos a chegar.
Um porta-voz da Google DeepMind afirmou apenas que a empresa está “satisfeita com o progresso que estamos a ver no Gemini” e que “iremos partilhar mais quando estivermos prontos”, com a OpenAI e a Gemini a recusarem comentar o tema.