Esta é uma daquelas histórias que se escreve sozinha. Um multimilionário das tecnologias (Sam Altman) e um investigador especializado em algoritmos de sistemas quânticos (Alex Blania) decidiram criar uma criptomoeda (Worldcoin) que será distribuída por mais de mil milhões de pessoas, incluindo os mais pobres. Cada pessoa pode receber, de forma gratuita, 25 unidades desta criptomoeda (que ainda não existe), mas para isso tem que autorizar a digitalização das íris dos seus olhos através de uma esfera espelhada (chamada Orb). O plano poderia muito bem ter sido tirado de um guião para um filme futurista ou de um livro distópico, mas este é mais um daqueles casos em que a realidade supera a ficção. E para angariar o maior número possível de utilizadores (e íris) na Europa escolheram para liderar o processo… um português.

Ricardo Macieira não é um desconhecido no mundo das startups que gostam de desafiar as regras e o status quo: foi líder da Airbnb (startup de alojamento local) em Portugal durante cinco anos e também já chefiou, durante dois anos, a Revolut (startup de finanças pessoais) no mercado português. “Estava perto dos 40 anos e comecei a entrar naquela fase de ‘qual é a próxima coisa que se segue na minha vida, tem que ser alguma coisa com impacto e sentido de missão forte’”, conta-nos em entrevista.