Devem as empresas ajudar os seus funcionários a desfrutar a vida? Esta foi uma das questões que o estudo Happiness Works analisou na edição deste ano e cujos resultados poderão ser consultados na edição de junho da revista EXAME. Em traços gerais, as organizações onde os trabalhadores se sentem mais felizes apresentam menores níveis de absentismo, mais vontade de permanecer na empresa e um acréscimo na perceção de produtividade.
Na apresentação dos resultados do estudo, feita durante a cerimónia de entrega dos prémios Empresas Felizes 2023, Georg Dutschke revelou que as empresas que ajudam os seus funcionários a desfrutar da vida, acabam por conseguir bons resultados. O especialista em Felicidade Organizacional e promotor do estudo notou ainda que começa a haver algum “desencanto” com o trabalho exclusivamente remoto. Para as profissões que assim o permitam, Georg Dutschke considera que, tendo em conta os dados do estudo deste ano, “o trabalho híbrido é fundamental”.
Além da apresentação do estudo, o evento contou ainda com um painel composto por quatro líderes de recursos humanos, e moderado pelo diretor da Exame, Tiago Freire, para responderem à questão: afinal, devem ou não as empresas ajudar os colaboradores a desfrutar da vida? A conclusão foi de que o conceito de “desfrutar a vida” é subjetivo e que a responsabilidade das organizações, isso sim, passa por criar condições para que os colaboradores se sintam felizes no local de trabalho.
Maria do Rosário Vilhena, head of HR Iberia da Nestlé, realçou que o conceito de desfrutar a vida é diferente de pessoa para pessoa. “É muito pessoal e não penso que o nosso trabalho seja ajudar as pessoas a aproveitar a vida, mas sim proporcionar bem-estar e um ambiente de trabalho que ajude os colaboradores a ter a vida mais feliz possível”, afirmou a responsável da multinacional suíça. Maria do Rosário Vilhena considera, assim, que a política a seguir deve ter como objetivo que “todos tenham um propósito”.
Também Mariana Coruche, head of HR Europe do Banco Itaú, considerou que as organizações “não têm a responsabilidade de trazer felicidade para as vidas dos colaboradores, mas sim a de aumentar a felicidade nas empresas”. Defendeu que esta última componente é essencial, já que “pessoas felizes no trabalho fazem crescer o negócio, as vendas e a criatividade”.
Maria Valente tem a mesma perspetiva. A diretora de Pessoas e Cultura da SRS Legal argumenta que “as empresas têm a obrigação de serem leais com os seus funcionários e proporcionar um ambiente saudável, mas não há obrigação de oferecer felicidade, que é subjetiva”. No entanto, realça que as estatísticas demonstram os benefícios da felicidade dos colaboradores. “Tudo o que possamos fazer para mitigar a ansiedade, aumenta o compromisso, a produtividade e os resultados”.
Apesar de as empresas não terem responsabilidade em ajudar os funcionários a desfrutar da vida, o mesmo já não se pode dizer da necessidade em cultivarem um local de trabalho saudável e positivo. Mas como é que isso pode ser alcançado? Maryna Kashnova responde que “a palavra-chave é flexibilidade”. A director of Sales Development, Southern Europe and UKI da Pleo nota que no setor da tecnologia, por exemplo, “é muito difícil atrair talento”. E observa que, principalmente nas gerações mais jovens, “nunca vão ficar satisfeitos apenas com salário e carreira, precisam de ter um significado, um propósito e sentir-se realizados”.
As empresas mais Felizes
No evento foram ainda reveladas quais as empresas mais felizes em Portugal e também qual o happy boss e o happy manager do ano. Confira os vencedores:
Happy boss
Ricardo Parreira, CEO da PHC
Happy manager
Rita Marques, Milestone
O pódio das empresas mais felizes
1.º Milestone
2.º PHC
3.º WY Group
Ainda na lista das mais felizes (por ordem alfabética)
Academia Transformar |
Adecco |
Altronix |
AMCO |
Arkadium |
Bresimar |
Chanceplus |
Colégio Novo da Maia |
Create.it |
IEP |
Quilaban |
Samsys |
SAP |
Smartidiom |
TeamIt |
Wellow |
YKK |