Nunca antes se assistira a umas eleições para a presidência do Sport Lisboa e Benfica tão disputadas. O ato eleitoral cuja primeira volta está marcada para este sábado, dia 25, será, depois dos 53 que o antecederam em 121 anos de história do clube, aquele em que participam mais candidatos. Nada menos do que seis personalidades que, nos últimos meses, mas sobretudo durante as últimas semanas, se têm multiplicado em entrevistas, debates e apresentações nas mais variadas plataformas, da televisão às rádios, passando pela imprensa escrita, por redes sociais e sites na internet. Uma campanha eleitoral muito intensa, marcada por muitos ataques e polémicas, que, ainda assim, promete não ser decisiva, uma vez que nenhum dos seis candidatos parece estar em condições de assegurar, já no sábado, mais de 50% dos votos. O mais certo, por isso, é que toda esta correria desenfreada que vem desinquietando os benfiquistas e esgotando a paciência dos demais portugueses seja apenas uma primeira etapa, à qual se seguirão mais duas semanas de confronto aceso, porventura nem sempre leal, entre os dois candidatos mais votados na primeira volta. Só mesmo a 8 de novembro deverá ficar a conhecer-se o nome do futuro presidente do Benfica, que será o 35º da sua história, a não ser que Rui Costa, que é, desde 2021, o 34º, consiga garantir a reeleição.

A proliferação de candidaturas mostra que existe um grande sentimento de frustração relativamente à forma como decorreu o mandato daquele que os benfiquistas se habituaram a adorar enquanto “maestro” dentro das quatro linhas. Um campeonato apenas, uma Taça da Liga e duas Supertaças conquistadas em quatro anos é fraco pecúlio, ao qual devem acrescentar-se sucessivas trocas de treinador e entradas e saídas incessantes de jogadores. O desgaste do apoio que os sócios dedicaram a Rui Costa de forma esmagadora nas eleições de 2021 fica, aliás, bem patente no aparecimento de cinco candidaturas à presidência, todas elas tendo por mote principal a necessidade de mudança. Ora, o que isto indica é que se por acaso Rui Costa não vencer à primeira volta (o que parece, nesta altura, o mais provável), muito dificilmente conseguirá vencer à segunda, altura em que a tendência será a de os apoiantes dos quatro candidatos que não chegarem a esta fase acabarem por votar no candidato que se apresente para desafiar o incumbente. A não ser que se trate de Luís Filipe Vieira, que, pelas controvérsias desportivas, jurídicas e penais que envolveram os últimos anos do seu mandato, poderá ter o condão de fazer com que os votos da maioria dos sócios se concentrem em qualquer outro candidato com quem se confronte numa possível segunda volta.
