A maneira como Maria da Luz Correia fala da sua “rainha” só não nos leva a comentar “incrível” porque acreditamos num amor como o dela. Mal vemos a fotografia que tirou aquela fêmea tigre, num dos muitos charcos de água do Parque Nacional Panna, no estado indiano Madhya Pradesh, percebemos quão fácil é uma pessoa apaixonar-se perdidamente por um animal selvagem – e mais ainda quando nos conta o momento em que a encontrou pela primeira vez.
Foi há um ano que Maria da Luz viu a jovem tigre deitada numas rochas, a olhá-la como se a observasse, antes de entrar na água com a elegância majestosa dos tigres-de-bengala. Por uma única vez, não usou a teleobjetiva, “uma irresponsabilidade”, admite agora, um ano depois. “Não posso contar como aconteceu, apenas dizer que não planeei, correu bem, já passou. Sei que estivemos muito perto uma da outra e que ficámos com uma ligação especial.”
