O Tribunal de Castelo Branco deixou em liberdade os dois professores que, na passada quarta-feira, foram detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de abusos de cariz sexual e maus tratos a, pelo menos, 10 menores, todos rapazes.
Os dois homens, de 34 e 24 anos, de nacionalidade portuguesa, eram responsáveis e professores de um centro de estudos naquela cidade. A investigação acredita que os abusos começaram no início do ano letivo anterior, altura em que os suspeitos começaram a impor às crianças, com idades compreendidas entre os seis e os 10 anos, castigos e humilhações – batiam-lhes e despiam-nas à força, obrigando os meninos a exporem-se nus diante dos colegas. Não há, porém, quaisquer indício de atos sexuais abusivos para obter satisfação sexual.
Apesar de admitir que os dois homens – que não têm antecedentes criminais – estão “fortemente indiciados” pelos crimes e de existir “perigo de perturbação” do inquérito e de “continuação da atividade criminosa”, o juiz-presidente Miguel Fernandes de Castro, após primeiro interrogatório judicial, aplicou-lhes a medida de coação mais leve: termo de identidade e residência.
Os dois suspeitos ficam ainda proibidos de contactar com todas as crianças que frequentaram o centro de estudos nos anos letivos 2023/2024 e 2024/2025 e de se aproximarem a menos de 100 metros daquele espaço, e também das residências e escolas dessas crianças.
A investigação iniciou-se em junho passado, depois de a PJ ter recebido uma denúncia de um psiquiatra que acompanhava uma das vítimas. A PJ apurou a existência de, pelo menos, 10 vítimas, mas não exclui que haja mais, daí que a investigação vá continuar.
O centro de estudos com a valência de ocupação de tempos livres era frequentado por cerca de 50 crianças.