Ainda se conhece muito pouco sobre todo o universo que nos envolve mas os avanços tecnológicos estão a ajudar a desvendar os mistérios que este tem para oferecer. Esta semana, um grupo de cientistas divulgou o maior mapa tridimensional feito até agora, provando que o universo é quase completamente plano, preenchendo uma lacuna com 11 mil milhões de anos na sua história.
Os cientistas conheciam o passado do universo e a sua recente expansão, mas durante este período de tempo existiam 11 mil milhões de anos em que não se sabia o que tinha acontecido. Mas agora, através de padrões, os cientistas estabeleceram parâmetros e conseguiram construir o mapa de forma completa.
“Conhecemos a história antiga do universo e sua recente história de expansão razoavelmente bem, mas há uma lacuna problemática de 11 mil milhões de anos”, explica Kyle Dawson, cosmólogo da Universidade de Utah, que liderou a equipa do Sloan Digital Sky Survey (SDSS), que trabalhou nos últimos cinco anos para preencher esta lacuna.
Esta produção e descoberta resultou de uma colaboração internacional, com mais de 100 astrofísicos fundando a Extended Baryon Oscillation Spectroscopic Survey (eBOSS), uma investigação da SDSS. A equipa recolheu dados detalhados de mais de dois milhões de galáxias, revelando que a estrutura do universo é definida por filamentos e espaços vazios entre os filamentos. “A partir deste mapa, os investigadores medem os padrões da distribuição das galáxias, o que fornece vários parâmetros-chave do nosso Universo com precisão superior a 1%”, escrevem os investigadores.
Para além disso, a equipa complementou a teoria da Constante de Hubble. A Constante de Hubble baseia-se na observação das galáxias mais próximas da Terra e das mais longe, provando que o universo está a expandir-se. Agora a nova pesquisa vem comprovar que as partes diferentes do universo estão a expandir-se mas a velocidades diferentes – aparentemente ao longo do mesmo eixo plano.
“O eBOSS e o SDSS, de maneira geral, deixam o quebra-cabeça da energia escura [uma teoria cientifica que defende que existe uma energia que ajuda na expansão do universo ] e a incompatibilidade da taxa de expansão do Universo, como um legado para projetos futuros. Na próxima década, as investigações futuras podem resolver o dilema, ou talvez, revelem mais surpresas”, referem os investigadores.