Emprestar dinheiro a um familiar pode trazer muitas dores de cabeça. Não é fácil saber se é melhor estabelecer prazos para o pagamento ou se se deve aceitar prestações e há sempre o receio de que estas questões passem, ao familiar, a ideia de falta de confiança, acabando por criar um ambiente constrangedor entre ambos (ou, num caso extremo, que a relação sofra mesmo uma quebra).
A pensar neste problema, a revista Forbes e o The Huffington Post consultaram especialistas na área das finanças para tentarem perceber o que se deve ter em conta quando se empresta dinheiro a um familiar. As regras foram apresentadas em dois artigos, um de cada um dos órgãos. Reunimos, aqui, algumas delas.
1. Garanta que consegue mesmo emprestar o dinheiro
Não diga que sim sem pensar seriamente no assunto. Que fins tinha pensado para este dinheiro? Será que, no futuro, lhe vai fazer falta? Estas são, de acordo com Ruthann Driscoll, o especialista consultado pela Forbes, duas questões muito importantes a ter em conta e que poderão determinar o sucesso do empréstimo.
2. Empreste apenas o que puder perder
Quando empresta dinheiro, com certeza que lhe passa pela cabeça a possibilidade de nunca mais o reaver. E é bom que a considere, porque é, de facto, uma possibilidade e, para muitos, não reaver o dinheiro pode criar um problema financeiro. Assim, explica Driscoll, se pensar no dinheiro como perdido, até se pode surpreender quando é reembolsado.
3. Obtenha a aprovação do seu companheiro
Antes de emprestar qualquer quantia, é muito importante que fale com o seu cônjuge/companheiro/namorado, com quem partilha a conta bancária. Só com a sua aprovação é que pode avançar, caso contrário ainda pode arranjar um problema na relação.
4. Aprenda a dizer que não
Como diz o ditado, “amigos, amigos, negócios à parte”. Por muito que queria ajudar o seu familiar, se, na sua opinião, não tem condições para emprestar o dinheiro, o melhor é ser sincero. Mary Beth Storjohann, a especialista consultada pelo The Huffington Post, acredita que esta é uma boa forma de dizer não: “eu percebo a tua posição, mas tenho objetivos financeiros pessoais e familiares para os quais estou a trabalhar e quero ter a certeza que estou num bom caminho e, infelizmente, não há qualquer margem de manobra”.
5. Cobre juros
Tanto Ruthann Driscoll como Mary Beth Storjohann aconselham a cobrança de juros, mesmo tratando-se de uma relação familiar.
6. Perceba que a relação pode mudar
A partir do momento em que lhe pedem um empréstimo, não há volta a dar. Quer responda que sim, quer que não, deve ter em conta a possibilidade de surgir algum problema. Para além disso, é importante que consiga separar as águas e que não toque no assunto fora dos momentos predeterminados, aconselha Alan Moore, outro especialista consultado pelo The Huffington Post.
7. Tenha tudo por escrito
Por fim, tendo ponderado todas as questões anteriores, coloque tudo o que acordaram por escrito. Pode parecer um pouco estranho numa relação familiar, mas, de acordo com os três especialistas, este deve ser tratado como outro empréstimo qualquer. Portanto, estabeleçam, em conjunto, os prazos, as quantias e os juros e, para evitar mal-entendidos, é importante que falem do que acontecerá em caso de incumprimento.