A conclusão é de um inquérito realizado por duas médicas psiquiatras do Centro Hospitalar de Leiria. Dos mais de mil inquiridos, 15,2% não chegaram à prática, mas ponderaram pôr termo à vida devido a problemas relacionados com a profissão, enquanto 87,4% revelaram já ter tido conhecimento de um colega de profissão que se suicidou. Sete em cada dez afirmam, ainda, que o trabalho os afeta psicologicamente e apontam como principais fatores de perturbação a carga horária (20%), a relação com as chefias (16%) e a pressão (12%). A GNR dispõe de uma linha de apoio psicológico disponível 24 horas por dia e também de consultas de Psicologia e Psiquiatria, mas a capitã Lucília Silva, 37 anos, chefe do Núcleo de Psicologia da Guarda, admite que «nem sempre é fácil os militares admitirem que precisam de ajuda, por causa do estigma que ainda está associado à saúde mental». Com um mestrado em Psicocriminologia, a militar acredita que a incerteza é um dos principais fatores de stresse da profissão: «Os briefings antes de cada missão servem, precisamente, para diminuir e ansiedade dos operacionais relativamente ao que vão encontrar». Nos últimos 14 anos, 60 militares da Guarda terão posto termo à vida, uma média de 4,3 pessoas por ano. Muitos deles fazem-no em postos da GNR e usam a arma de serviço.
6,7% dos militares da GNR já tentaram suicidar-se
José Carlos Carvalho
Dos mais de mil inquiridos, 15,2% não chegaram à prática, mas ponderaram pôr termo à vida devido a problemas relacionados com a profissão
Mais na Visão
Parceria TIN/Público
A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites