Os jovens entre 13 e os 21 anos que estão internados em Centros Educativos por prática de crimes assumem que cometeram esses atos em 40% dos casos pela simples “diversão e adrenalina”. E 23% garante que já teve acesso a drogas ilícitas durante o internamento.
Os dados fazem parte do Inquérito sobre Comportamentos Aditivos em Jovens Internados em Centros Educativos, realizado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e que é apresentado publicamente esta sexta-feira.
Segundo o SICAD, os resultados do estudo mostram também que o consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas nos jovens que cumprem penas é “significativamente mais comum” do que naqueles que estão em liberdade.
Entre os jovens que estão internados nos Centros Educativos de Portugal, 93% já experimentaram bebidas alcoólicas e 89% já consumiram substâncias ilícitas. No caso das bebidas, as mais comuns são a cerveja e as espirituosas, enquanto que ao nível das drogas a preferida continua a ser a cannabis, seguida dos estimulantes que não a cocaína (anfetaminas, ecstasy e outros).
Estas práticas de consumo têm depois efeitos nas suas vidas e o estudo acaba por revelar que o envolvimento em atos de violência ou problemas graves de rendimento na escola ou no trabalho estão de alguma forma relacionados. É preciso ter em conta que os principais crimes pelos quais cumprem pena são o roubo, o furto e a ofensa à integridade física.
O estudo do SICAD aponta ainda para problemas durante os tempos em que estes jovens estão internados nos Centros Educativos e revela que mesmo privados de liberdade, 10% já consumiu bebidas alcoólicas dentro do estabelecimento onde está e 23% teve mesmo acesso a drogas ilícitas.
Outro tipo de comportamento de risco que foi analisado neste estudo tem a ver com a prática de jogos, a dinheiro ou por simples diversão. E mesmo que nos centros não seja permitido jogar com dinheiro envolvido, 33% destes jovens fê-lo nos últimos doze meses, ainda que as quantias envolvidas não ultrapassem normalmente os dez euros.