O cancro tornou-se ao longo da últimas décadas uma doença progressivamente mais frequente e constitui hoje, nos países ocidentais, aquilo que se chama uma “epidemia”. Embora não haja dados precisos sobre o que se passa em Portugal no seu todo, é possível prever que não estaremos numa situação muito diferente da dos nossos parceiros europeus: um em cada três portugueses nascidos na última década terá um diagnóstico de cancro durante a vida. A boa notícia é que mais de metade dos doentes com cancro sobreviverá à doença.
Portugal não ainda tem números fiáveis de mortalidade o que só se resolverá, no que diz respeito às doenças cancerosas, quando dispusermos de um registo nacional de cancro com dados sobre a incidência e a mortalidade. Na ausência deste registo, é necessário recorrer às certidões de óbito para ter uma ideia, infelizmente pouco precisa, de quanto se morre de cancro em Portugal.
Os tumores malignos são a segunda causa de morte em Portugal. Em 2013, o número de óbitos por tumores malignos foi de 25 860, o que corresponde a 24,3% do total das mortes. Só as doenças cardiovasculares ultrapassam este número, com 31.420 óbitos (29,5%). Apesar de tudo, vemos uma tendência descendente nestas doenças mas uma tendência de aumento nas doenças cancerosas
Em Portugal, os óbitos por cancro são mais frequentes quando este se localiza no cólon, recto e ânus (3764), traqueia, brônquios e pulmão (3658) e estomago (2323). (Dados do Instituto Nacional de Estatística, 2010). A frequência do cancro varia substancialmente por género – a mortalidade, nos homens portugueses, é maior devido a cancro do pulmão de brônquios enquanto na mulher é mais frequente nos cancros do cólon e recto e da mama (dados adaptados de Globocan 2008 – IARC) – e por idade – os cancros do recém-nascido e da criança são muito diferentes dos cancros de adolescentes e jovens adultos e muitíssimo diferentes dos cancros dos adultos com mais de 55 anos.
Mais informação disponível em:
Ensaio o Cancro (link: http://www.ffms.pt/ensaio/835/o-cancro)
Pordata (www.pordata.pt)