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O Observatório de Interações Planta-Medicamento, sediado na Faculdade de Farmácia de Coimbra, está apostado em alertar para os perigos do abuso de produtos naturais e, especialmente, da sua mistura com outros compostos.
Se, há uns anos, ninguém consumia bagas goji em Portugal, o chá verde era uma relíquia exclusiva dos açorianos e a soja servia apenas para engrossar os croquetes, hoje estes alimentos foram adotados para as rotinas alimentares, como panaceia para combater alguns males. Dado a boa publicidade de que são alvo, ainda se tomam em versão suplemento. Mas o que é verdade no Oriente, de onde chegam estes produtos, pode não o ser na Europa. “Eles bebem chá verde, nós bebemos café e não comemos soja. A metabolização dos alimentos é diferente da nossa”, explica Maria da Graça Campos, 53 anos, coordenadora do observatório.
Bagas Goji – Chegaram a Portugal com o rótulo de bagas antienvelhecimento, por serem ricas em aminoácidos, minerais e vitaminas. Mas os cientistas europeus ainda não dispõem de informação suficiente quanto aos seus efeitos na saúde. Por isso, recomenda-se que não se exceda uma mão-cheia por dia. E quem toma Varfarina, para diminuir a coagulação do sangue, deve ter cuidados acrescidos. As bagas aumentam a biodisponibilidade do medicamento e podem causar hemorragias.
Soja – Trata-se de um grão rico em proteínas e encontra-se no mercado em variadas versões, desde iogurtes a óleo. São conhecidos os seus benefícios no amenizar dos efeitos da menopausa, em mulheres japonesas. Mas sabe-se também que as isoflavonas da soja, quando se ligam ao recetores de estrogénio alfa, podem causar uma estimulação de tumores hormonodependentes. “A soja deve ser ingerida com muita ponderação e acompanhamento médico, especialmente se existirem problemas da tiróide”, defende a especialista.
Chá verde – O chá verde, proveniente da planta camellia sinensis, passou a gozar de excelente reputação no Ocidente, devido à sua riqueza em antioxidantes (catequinas). Além de se beber em infusão, ele é adicionado a muitos produtos de emagrecimento. No entanto, cuidado, “há registo de casos de toxicidade hepática, quando o seu consumo é crónico”, alerta Maria do Carmo.