Segundo o diário português, o montante de um milhão de dólares da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) entrou na conta de Vale e Azevedo no Lloyds Bank de Londres, em 15 de Maio do ano passado, referente à parte que alegadamente caberia ao partido angolano num negócio relacionado com um projecto de biocombustíveis em Angola no valor de 50 milhões de dólares.
O jornal acrescenta que ficou a faltar ao ex-presidente do Benfica, aplicar em Angola, até 15 de Junho, a primeira parcela de 50 milhões de dólares que dizia ter disponíveis para investir naquele país.
Em declarações à Lusa, Alcides Sakala, responsável pelas relações internacionais da UNITA, admite que a intenção de participar no investimento existiu e envolveu dirigentes do maior partido de oposição angolano, sem confirmar se foi o presidente Isaías Samakuva que liderou as conversações.
Sakala diz que não avança mais comentários sobre o assunto para “não prejudicar” o processo que decorre em tribunal.
Ainda em declarações à Lusa, em Luanda, Alcides Sakala explica que a intenção de participar no negócio tinha apenas como pressuposto a “dimensão social”, porque se “perspectivava” a criação de muitos postos de trabalho no país.
O dirigente do “Galo Negro” defende igualmente que “estas notícias não são inocentes”, porque surgem “num momento em que a UNITA faz um balanço negativo” dos primeiros 100 dias do Governo de Luanda saído das eleições de Setembro de 2008, “procurando(o executivo angolano) desviar as atenções da constatação do fracasso das suas políticas”.
Sakala falou à Lusa esta manhã depois de ter sido anunciado para o final do dia de segunda-feira um comunicado do partido que não chegou a ser divulgado, tendo, no momento, recusado igualmente confirmar o pagamento pelo partido de um avião privado onde terá viajado uma delegação de quatro pessoas enviada por Vale e Azevedo a Angola.