O socialista Pedro Costa demitiu-se do cargo de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique. Numa carta dirigida aos fregueses que o elegeram, o filho do ex-primeiro-ministro António Costa justifica a decisão com “incompatibilidades” com a Câmara Municipal de Lisboa, presidida por Carlos Moedas.
“É difícil dar a cara junto dos eleitores com a falta de informação de que disponho e sinto que é impossível, com a energia que me resta, garantir as prioridades certas para a freguesia de Campo de Ourique. Este ponto de encontro entre a falta de condições pessoais e políticas é a pedra de toque da decisão que aqui partilho”, diz. Pedro Costa acrescenta que “um autarca deve reconhecer o final do seu ciclo quando esgota a sua criatividade para procurar respostas, insistir junto dos responsáveis para que aceitem soluções ou priorizem investimentos”.
Pedro Costa é presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique desde junho de 2020, depois de o então presidente, Pedro Cegonho, ter abdicado do cargo. Nas autárquicas de 2021, o filho do ex-primeiro-ministro António Costa venceu as eleições, disputadas contra a coligação de direita encabeçada por Teresa Morais Leitão, por apenas… 25 votos.
O cargo de presidente da Junta de Freguesia passa agora a ser ocupado pelo até aqui vogal Hugo Ferraz de Abreu Vieira da Silva, ao qual Pedro Costa deseja “a maior das sortes”. O agora ex-presidente mantém-se como deputado municipal do PS na Assembleia Municipal de Lisboa.
PSD-Lisboa diz que Pedro Costa “se demitiu da confiança” dos eleitores
O PSD-Lisboa reagiu a esta notícia, através de comunicado, acusando Pedro Costa de se ter demitido “da confiança que lhe foi depositada pelos seus fregueses” de Campo de Ourique. “Esta demissão é, acima de tudo, o reconhecimento da sua incapacidade para resolver os problemas da comunidade de Campo de Ourique já que, desde que assumiu funções no final do mandato passado, não conseguiu liderar as melhores soluções para aquele território”, lê-se na nota.
A distrital PSD, liderada pelo deputado Luís Newton (que também é presidente da Junta de Freguesia da Estrela), considera “ser curioso” que a demissão de Pedro Costa ocorra a seguir à Assembleia de Freguesia onde, garante, “foram apresentadas as piores contas dos últimos dez anos, um sinal do desastre da sua gestão financeira, onde o passivo da Junta de Freguesia mais que duplicou em apenas um ano”.
“Para Pedro Costa, a sua demissão é culpa de terceiros, sem compreender que o compromisso de um presidente de junta é, acima de tudo, para com a comunidade que serve e com os desafios que impactam na vida das pessoas que vivem nessa mesma comunidade”, escreve a estrutura distrital laranja.
