“Os comportamentos violentos e as agressões ao cidadão, em Olhão, são absolutamente repugnantes e merecem a total condenação. Todos merecem ser tratados com dignidade! Portugal é um país que acolhe o mundo”, escreveu a ministra, com a tutela das Migrações, numa publicação na rede social Twitter.
Também o Presidente da República disse hoje que falou com o autarca de Olhão e com pessoas próximas do jovem nepalês agredido há dias a quem exprimiu “repúdio indignado por um ato que traduz xenofobia e intolerância inaceitáveis”.
Em declarações à agencia Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que fez estes contactos na sexta-feira após as agressões se terem tornado públicas através de um vídeo divulgado na Internet.
O chefe de Estado considerou que este ato, “praticado por outros jovens, portugueses” constitui “um alerta para os pais e educadores quanto ao risco de um clima que é tudo menos democrático”.
Em causa estão as agressões cometidas por um grupo de jovens contra um homem, a 25 de janeiro, que se tornaram públicas após a partilha de um vídeo nas redes sociais, onde o imigrante surge caído no chão, em posição defensiva, a tentar proteger-se de pontapés, murros e pauladas desferidos pelos agressores, cujos rostos não são bem visíveis, por estarem com capuzes.
As agressões ao imigrante estão a ser investigadas pela PSP e o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse hoje que foi identificado “um núcleo de pessoas que estavam nesse grupo que agrediu de forma bárbara” o cidadão, adiantando que a PSP está a realizar diligências em conjunto com o Ministério Público para reunir informação que permita responsabilizar os autores da agressão.
“São comportamentos inaceitáveis e que têm de ser exemplarmente punidos”, defendeu José Luís Carneiro.
O ministro da Administração Interna adiantou, ainda, que a PSP detetou “outras circunstâncias equivalentes àquelas que se verificaram com este jovem”, notando que as investigações estão em “fase avançada”.
Além das reiteradas agressões, o grupo também roubou a mochila da vítima, que não apresentou queixa, enquanto esta suplicava para que parassem de o agredir e lhe devolvessem, pelo menos, os documentos que guardava na mochila.
A investigação está também a tentar determinar quantos elementos compunham o grupo e qual o envolvimento de cada um deles nos crimes cometidos.
CFF (IEL/MAD) // SCA