Paulo Portas surge em plena campanha, mas só vai falar de Donald Trump. Paulo Vistas junta-se ao clube restrito da elite dos políticos dançarinos. E Rui Moreira escreveu um livro. Entretanto, a polémica dos emails estende-se à campanha de uma freguesia em Lisboa, mas Pedro Guerra está inocente. E descobrimos um cartaz que foi para a rua antes de estar pronto. A campanha segue o seu rame-rame, mas o País estremece com as declarações de um governante que, embora tenha chegado a ministro, também terá os seus limites. Ah, e acabámos de constatar que alguns dos candidatos mais mediáticos destas eleições não passariam no teste para arrumador de carros…
Só falta um…
No ano em que voltam à ribalta os antigos autarcas Isaltino Morais, Valentim Loureiro e Narciso Miranda, sentimos uma pontada de dor no coração: onde está Avelino Ferreira Torres, o antigo homem forte de Marco de Canaveses? Fomos ver. E soubemos que ele ainda se abalançou numa segunda tentativa de ganhar na sua terra, Amarante. Mas, afinal, acabou por desistir, em julho, a favor do atual autarca e recandidato do PSD, José Luís Gaspar “por motivos de saúde e por concordar com a linha traçada” para o município. Talvez. Mas aqui há coisa: em abril, o condomínio de um edifício da Rua Costa Cabral, no Porto, onde Avelino tinha uma das suas residências, moveu-lhe um processo para o declarar insolvente, o que deitaria por terra qualquer ambição política. Quiseram tratar-lhe da saúde, foi o que foi…
Os recados de Rui Moreira
O presidente e recandidato independente à Câmara do Porto aderiu à irritante moda de os políticos publicarem livros em vésperas de eleições. “Sem medo do futuro”, assim é intitulado o volume de 230 páginas de reflexões políticas sobre o País e o poder local. E o livrinho não está isento de recados, como este, propósito do anúncio de que pretendia concorrer a um segundo mandato: “A clareza das minhas palavras, a quase dois anos das eleições, parece ter baralhado a estratégia das concelhias, distritais, conselhos nacionais e direções partidárias. Porque o meu anúncio não cumpriu o desejo de alguns, que preferiam que me mantivesse no limbo, ou porque não lhes foi previamente comunicado.” Quem tiver as orelhas a arder que se acuse…
Haja limites!
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, surpreendeu o País, afirmando que, “no limite, não houve qualquer assalto em Tancos”. A teoria da conspiração de que o “roubo” possa ter disfarçado um conjunto de desvios internos de material, prolongados no tempo, poderá ter algum fundamento. Mas, no limite, o ministro devia explicar melhor o que quer dizer com isso, ou no limite, ficamos cada vez mais desconfiados. Podemos pensar que, no limite, os responsáveis militares estiveram a gozar connosco. No limite, o ministro foi tratado como um totó. No limite, a proximidade das eleições está a dar a volta ao miolo aos responsáveis políticos. No limite, citando uma personagem do saudoso filme A Canção de Lisboa, “vamos embora, filha, que isto é tudo uma grande aldrabice”.
Movimento sexy
Paulo Vistas, presidente e candidato independente a Oeiras, acaba de juntar o seu nome à estrita elite dos políticos que dançam. A moda foi fundada por Mário Soares, com as peixeiras da Nazaré e de Matosinhos, seguida por Jerónimo de Sousa numa célebre passagem de ano – o líder comunista é um especialista em danças de salão… – e continuada por Marcelo Rebelo de Sousa, recentemente, numa coreografia africana, em Moçambique. Foi no Tagus Park, durante a entrega do troféu da Corrida das Localidades, e a perfomance pode ser apreciada no site da VISÃO. Que salero, senhores!
Emails há muitos, palerma!
Sem aviso prévio nem autorização expressa, Margarida Martins, presidente da junta de Arroios, Lisboa, reuniu os endereços eletrónicos dos residentes com quem, no âmbito das suas funções, trocou correspondência nos últimos quatro anos, e utilizou-os para o envio de propaganda partidária da lista do PS pela qual se recandidata. E nem se deu ao trabalho de ocultar os endereços de email dos destinatários, quem sabe se numa tentativa de melhorar as relações de vizinhança entre os arroienses que, assim, podem ficar a conhecer-se melhor…
Um já se pirou
Este cartaz é, claramente, um “projeto que continua”. Ou então, um dos elementos do grupo resolveu fugir dali enquanto é tempo. Ou ainda, esta lista de candidatos às freguesias agregadas de Pedreira, Rande e Sernande, concelho de Felgueiras, só está à espera de uma última inscrição. Aos abrigos, pedreirenses–randenses–sernandenses: pode calhar a qualquer um de vós!
O regresso de Portas
E quando a campanha autárquica aquece, eis que Paulo Portas regressa, e logo para se pronunciar sobre política. Calma, trata–se de política internacional. Ainda assim, será interessante saber o que tem o ex- -líder do CDS e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros a dizer sobre “A posição da Europa face à nova liderança americana”. A não perder, dia 18, segunda-feira, no almoço do American Club…
Vida de arrumador
Quer ser arrumador de carros? Tem de apresentar o certificado de registo criminal. Quer ser candidato a Presidente de Câmara? Faça favor. De acordo com a lei, para se obter uma licença de arrumador de automóveis é necessário apresentar o registo criminal. Algo que contrasta com os requisitos pedidos a quem quer ser candidato a Presidente de Câmara. Em resumo, quem quer ser arrumador de automóveis não pode ter cadastro mas o mesmo não se pode dizer de quem quer ser autarca. O leitor conhece algum caso?…
D. Sancho III
O candidato do PS à Guarda, Eduardo Brito, surpreendeu o País, ao propor uma nova moeda, chamada “sancho”, para uso exclusivo dos egitanenses. Esta forma engenhosa de evitar a “fuga de capitais” da cidade mais alta de Portugal, embora pouco ortodoxa, para não dizer ilegal, pode não ser o que parece. Totalmente em formato digital, e utilizando o software blockchain – que é a tecnologia de base dos bitcoins –, o sancho estaria disponível, apenas, em cartão ou no telemóvel do consumidor. “Qualquer pessoa poderá ter sanchos, mas estes só vão poder ser gastos na Guarda”, detalha o diretor de campanha António Gil, em declarações à VISÃO. A chatice vai ser o câmbio: quantos euros vale um sancho?