Nacionalizar o Novo Banco pode ser uma hipótese, avançou João Galamba, mas até ver o melhor é mesmo manter o processo negocial de venda em curso. Essa é, aliás, a “única possibilidade de nacionalizar”, explicou o deputado socialista.
Confuso? É que só se ficar provado que a venda não é possível é que há hipótese de Bruxelas aceitar uma nacionalização. Isto porque a criação do Novo Banco foi feita num pressuposto de Banco de transição. E um Banco de transição “é para ser vendido”, explicou Galamba.
Assim, o PS chumba hoje as propostas de PCP e BE para nacionalizar o Novo Banco colocando-o na esfera pública e evitando assim que o Estado pague “as aventuras dos banqueiros”, como disse o comunista Miguel Tiago, ou se comporte como “pai ou mae de um menino rico arrogante”, como sublinhou a bloquista Mariana Mortágua.
O PS chumba porque quer levar o processo negocial até ao fim, mas não descarta a opção nacionalização. O que leva PSD e CDS a acusarem os socialistas e o Governo de tratar este dossier de modo leviano e de usarem a nacionalização como um “boicote negocial”.
Cecília Meireles, do CDS, pediu garantias à esquerda de que uma nacionalização “não custará nem mais um tostão aos contribuintes”, crente de que “na melhor das hipóteses” a factura será sempre “Entre os 750 e os mil milhões de euros”, valor da injeção que será necessária fazer no banco.