Ted Cruz, aspirante à nomeação do Partido Republicano como candidato nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, abandonou a corrida após perder as primárias de terça-feira no estado do Indiana para o seu rival Donald Trump.
Num discurso a partir de Indianápolis, transmitido pela televisão, o senador do Texas, que se apresentava como a única alternativa a Trump no campo republicano, anunciou a sua retirada, deixando o magnata e o senador de Ohio, John Kasich, sozinhos na corrida à nomeação.
“Demos o nosso melhor no Indiana, mas esta noite os eleitores escolheram outro caminho. Por isso suspendemos a nossa campanha”, anunciou Cruz.
“No entanto, não suspendo a minha luta pela liberdade. Não suspendo a minha luta pela defesa da Constituição, pelos valores judaico-cristãos que fundaram os Estados Unidos. O nosso movimento vai continuar”, afirmou o senador perante os seus apoiantes.
Apesar de Kasich continuar na corrida, a desistência de Cruz deixa o caminho quase totalmente livre a Trump, que após a vitória de terça-feira no Indiana ficou a menos de 200 delegados de conseguir a nomeação em termos matemáticos, apesar de ainda não terem votado estados muito populosos como a Califórnia e Nova Jérsia.
Partido apela à união
“Donald Trump será o provável nomeado do Partido Republicano, devemos unir-nos e centrarmo-nos em derrotar Hillary Clinton”, a favorita entre os aspirantes democratas, indicou Reince Priebus, numa mensagem publicada no Twitter.
Priebus reagiu assim à suspensão da campanha de Ted Cruz, o maior rival de Trump, que abandonou a corrida após sofrer uma derrota nas primárias no estado do Indiana, na terça-feira.
Reagindo à saída de Cruz, o magnata classificou o seu rival como um “duro adversário” com um “grande futuro”. Trump previu também que será o grande vencedor das eleições presidenciais norte-americanas em novembro. “Vamos vencer em novembro e vamos ganhar em grande, e a América vai ficar em primeiro lugar”, afirmou.
A última insinuação de Trump deixa Cruz furioso
Horas antes de anunciar a desistência, Ted Cruz exprimiu a sua cólera contra o Donald Trump, que acusou o pai daquele senador de proximidade com Lee Harvey Oswald, o alegado assassino de John Kennedy em novembro de 1963
Quando os eleitores do Estado do Indiana, no norte dos EUA, começavam a votar para os separar na corrida à investidura, Donald Trump retomou, por sua conta, durante uma entrevista à Fox News, as alegações do tabloide National Enquirer. Este último garantiu ter identificado Rafael Cruz, pai de Ted, em fotografias feitas em New Orleans em agosto de 1963, quando Oswald distribuía panfletos pró Cuba.
“O seu pai estava com Lee Harvey Oswald antes de ter sido morto”, disse Donald Trump, pouco depois da abertura das assembleias de voto no Indiana. “O que é que ele estava a fazer com Lee Harvey Oswald mesmo antes da sua morte? É horrível”.
Oswald foi assassinado em 24 de novembro de 1963, dois dias depois do assassínio do Presidente Kennedy.
“Donald Trump afirma que o meu pai está implicado. É uma loucura total”, declarou Cruz, durante um encontro com jornalistas, visivelmente transtornado.
“Esse homem é um mentiroso patológico. Não sabe distinguir entre a verdade e a mentira”, acrescentou.
Rafael Cruz, nascido em Cuba, chegou aos EUA em 1957, depois de ter sido detido pelo regime de Fulgencio Batista. Segundo o Miami Herald, ele apoiou o chefe rebelde Fidel Castro até ter percebido que este era comunista.