O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, afirma que “no dia 15 de Abril [de 2010] ficou concertada a saída de Manuel Maria Carrilho no movimento diplomático do Outono”. Esta declaração, transmitida à VISÃO pela porta-voz do ministro, que se encontra em deslocação oficial a Nova Iorque, contraria a versão de Manuel Maria Carrilho. O atual embaixador na UNESCO afirmou ter sabido da sua saída “pela Lusa” ontem, segunda-feira.
A rutura entre Carrilho e o MNE não parece ter nascido nesta última semana. No dia 21 de setembro de 2009, o embaixador português na UNESCO recusou-se a comparecer à votação para eleger o diretor-geral daquela instituição das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Embora a notícia nunca tenha sido confirmada pelas partes, a explicação estaria na objeção de Carrilho à decisão das Necessidades de apoiar o ex-ministro egípcio, conhecido por declarações anti-semitas e censura de livros e media no seu país. Na votação (que Hosni acabou por perder para a búlgara Bokova, ao fim de 5 rondas), Carrilho foi substituído por um diplomata português, que cumpriu a decisão tomada em Lisboa. Foi o princípio do fim?