“Nem quero acreditar que o primeiro-ministro possa pôr uma festa de encerramento do Congresso à frente dos interesses do País”, declarou a líder social-democrata, lembrando que Portugal enfrenta uma situação de desemprego “verdadeiramente dramática”.
A líder partidária falou aos jornalistas no final de uma sessão do Fórum Portugal de Verdade, que decorreu quinta-feira à noite em Braga e que contou com a presença do presidente da Distrital do PSD, Virgílio Costa, bem como de 300 militantes do partido e de empresários da região.
Manuela Ferreira Leite disse que “será inaceitável e escandaloso que José Sócrates não compareça na Cimeira de líderes da União Europeia, já que esta foi convocada para discutir a crise económica em que Portugal também está envolvido”.
“Nem quero acreditar que se desista de uma Cimeira, em que qualquer primeiro-ministro, mesmo com 40 graus de febre, tem de estar para ir a um Congresso partidário, cujo fecho pode ser ajustado a outros horários”, acentuou.
A líder da oposição manifestou-se, de seguida, satisfeita com o teor das intervenções do Fórum: “ficou aqui evidente que as preocupações dos empresários estão em consonância com as propostas do PSD”.
“Quero sublinhar, uma vez mais, a grande diferença de politicas entre o PSD e o PS, entre a aposta em mega-investimentos ou os apoios às PME’s”, referiu.
Ferreira Leite defendeu que “são ópticas diversas com resultados diferentes já que o Governo quer investir para empobrecermos ainda mais, enquanto que as propostas do PSD significam a via para podermos ultrapassar a crise e crescer”.
Questionada sobre o novo pacote de medidas anunciado pelo ministro da Economia, Manuel Pinho, a líder do PSD disse que são, de novo, medidas desgarradas:”não há um pacote coerente e coordenado, pelo que não se obtêm resultados”.
“Não é possível compatibilizar medidas de apoios às PME’s com os mega-investimentos”, insistiu.
“Como estamos em período pré-eleitoral eu desconfio dessas medidas, pois não tem sido essa a linha de orientação da política económica do Governo, desde que tomou posse”, defendeu Manuela Ferreira Leite.
“Se o PS ganhasse as eleições, as PME’s, no dia a seguir, não teriam absolutamente nada, porque elas não fazem parte das preocupações dos socialistas”, acusou.