É assim uma espécie de continuação do best-seller de 2018 do lendário jornalista — Robert Upshur Woodward, mais conhecido como Bob Woodward, 77 anos, a trabalhar no The Washington Post há perto de 50, e coautor da investigação conhecida como Watergate, que levou à renúncia de Richard Nixon, em 1974. De acordo com várias fontes contactadas pela CNN, o novo livro tem relatos explosivos dos pensamentos e decisões do presidente americano sobre os mais diversos temas. Desde a segurança nacional à pandemia de Covid-19, ao colapso económico e aos protestos do Black Lives Matter. Depois de Fear (Medo), vem aí Rage (Raiva), cujo lançamento está agendado para 15 de setembro.
“É o livro mais importante que vamos lançar este ano. Todos os eleitores americanos devem lê-lo antes de 3 de novembro”, disse já Jonathan Karp, CEO da editora Simon & Schuster. A mesma que também publicou outros best-sellers sobre Trump, como o do antigo conselheiro de segurança nacional John Bolton e o da sobrinha do presidente Mary Trump.
Antes de mais, recorde-se que, no inicio do ano, Trump revelou que se tinha sentado com Woodward para o próximo livro, o que foi uma surpresa depois de ter sido duramente crítico de Fear. Woodward tinha repetidamente oferecido a Trump a oportunidade de ser entrevistado para esse livro, mas Trump garante nunca ter recebido os pedidos. E não terá sido a única vez, já que há relatos de outros encontros tanto na Casa Branca, como na propriedade do presidente em Mar-a-Lago e ainda por telefone. Além disso, acrescenta a CNN, Woodward (conhecido por gravar todas as suas conversas com a permissão das fontes), esteve centenas de horas em outras entrevistas – o que lhe permitiu obter uma série de documentos confidenciais, incluindo 25 cartas pessoais entre Trump e líder norte-coreano Kim Jong Un.
Tumultos, contradições e riscos
Ao que avança ainda a editora, o livro será um olhar “volátil e vívido” sobre o “tumulto, contradições e riscos” da presidência Trump. Por exemplo, Raiva revela o que Trump pensa sobre os presidentes que o antecederam e como encara a reeleição em novembro. Já o título, esse, foi inspirado numa citação de uma entrevista de Trump deu em 2016. “Trago a raiva à tona. Sempre o fiz”. O mesmo encontro que inspirou o título Medo para o best-seller de 2018 – quando Trump disse: “o verdadeiro poder é, e nem queria usar a palavra, o medo”.
Esse primeiro livro, sublinhe-se ainda, detalhava as medidas extraordinárias, tomadas pelo seu círculo de pessoas mais próximas, para o impedir de agir sobre o que consideravam serem os seus impulsos mais perigosos. Nele, o então chefe de gabinete John Kelly era citado a chamar “cidade louca” à Casa Branca; o então Secretário de Defesa James Mattis afirmava que o Presidente tinha o entendimento de “um aluno do quinto ou sexto ano”, e o seu antigo advogado pessoal John Dowd chamava-lhe “mentiroso”.