Uma mão biónica desenvolvida na Suíça permitiu a um homem sentir os objectos pela primeira vez depois de ter sofrido um acidente há cerca de 10 anos.
O homem amputado usou o aparelho durante o mês passado sendo capaz de distinguir diferentes objectos que manipulou de olhos tapados, adiantam os cientistas responsáveis pelo projecto.
Esta é a primeira prótese que permite enviar informação sensorial ao cérebro do utilizador através de eléctrodos implantados na pele. A inovação abre caminho para aparelhos biónicos que enviem informação táctil ao cérebro em tempo real sobre o ambiente que envolve o utilizador.
“É a primeira vez que o sentido de feedback dos objetos foi restaurado num amputado em tempo real, através de um membro artificial”, afirma Silvestro Micera, da Escola Federal Politécnica de Lausanne, na Suíça.
“A ideia é que o próximo implante esteja pronto em dois anos, e nessa altura vamos poder colocar os eléctrodos no braço do paciente a longo termo: talvez meses ou anos, de forma a que a tecnologia seja completamente portátil”, explica Micera.
O paciente da experiência, Dennis Aabo Sorensen, é dinamarquês e tem 36anos. A sua mão foi amputada cirurgicamente devido a um acidente com fogos de artificio em 2004. Dennis conta que o aparelho biónico lhe permitiu sentir os objectos pela primeira vez desde o acidente: “É incrível ter uma sensação aproximada à minha mão depois de tantos anos. Pude sentir se os objetos são suaves, duros, redondos ou vincados”, conta.
O estudo foi publicado no jornal Science Transnational Medicine e mostra que é possível transmitir informação para o sistema nervoso a partir de qualquer tecido cicatrizado da mão amputada.