Durante vários anos, dezenas de mulheres apresentaram queixa contra a freira Maria Gomez Valbuena pelo desaparecimento dos filhos, contudo só com o caso de Maria Luisa Torres é que a Procuradoria de Madrid decidiu acusar a freira de rapto.
Em declarações ao jornal El País, Maria Luisa afirmou estar muito feliz com a detenção da Irmã Maria Gomez pois houve momentos em que pensou que por ser freira esta não iria responder à justiça.
Tudo começou quando, em 1981, Maria Luisa, recentemente separada do marido, engravidou de um homem que não quis assumir a filha. Desesperada, viu no anúncio da Irmã Maria Gomez uma salvação. A freira, responsável pela assistência social da maternidade de Santa Cristina, oferecia ajuda às mães solteiras, dizia ter um infantário onde as crianças poderiam ficar até as mães resolverem os seus problemas financeiros. Maria Luisa acreditou.
A 31 de Março de 1982 entrou em trabalho de parto. Quando acordou, a filha já tinha desaparecido.
Pilar foi dada para adopção a um casal que não podia ter filhos. O pai adoptivo, Alejandro Mayor, diz que antes da bebé lhe ser entregue, a Irmã Maria fez um conjunto de perguntas sobre os seus bens e grau de religiosidade. Além disso, Alejandro teve de pagar uma quantia em dinheiro para, supostamente, cobrir as despesas da mãe solteira.
Alejandro e a mulher nunca esconderam a Pilar que tinha sido adoptada e quando ela quis procurar a sua família biológica até ajudaram. Contrataram detectives, falaram com as freiras, até que através de um programa de televisão conseguiram encontrar Maria Luisa. Os exames de ADN confirmaram que ela era a mãe biológica.Depois desta descoberta, Maria Luísa apresentou queixa e a freira foi acusada de rapto.
Quase um ano depois, Maria Luisa Torres está ansiosa que o julgamento comece para que seja feita justiça. Lembra também que o seu caso é apenas um entre muitos que entretanto, foram arquivados por falta de provas mas que podem estar relacionados entre si e resolverem-se agora.