Já há muito se percebeu que não há almoços grátis na utilização das redes sociais. Apesar da aparente gratuitidade, os dados que as donas dessas plataformas recolhem com base nos nossos gostos, atividades, conexões, interesses pessoais, fotografias ou históricos de navegação são o ouro que lhes alimenta as grandes receitas obtidas através da venda de publicidade segmentada e direcionada. Mas, sob pressão da regulação e também para tentar encontrar novas fontes de receita, é muito provável que os utilizadores comecem a ser cada vez mais confrontados com a seguinte questão: prefere o “almoço grátis”, saldado com o acesso aos seus dados, ou pagar a fatura do seu próprio bolso e não ter, em teoria, de se preocupar com questões de privacidade ou com anúncios?
A Meta anunciou que já a partir deste mês de novembro poderá oferecer na Europa uma subscrição sem anúncios, com um custo mensal de €9,90 na versão web ou de €12,99 na aplicação para smartphone. Os utilizadores que não pretendam optar por este plano pago continuarão, como até aqui, a ter acesso ao serviço gratuito e a visualizar anúncios direcionados. A empresa liderada por Mark Zuckerberg justificou a criação destas subscrições pagas como uma forma de “cumprir as regulações europeias”.