O PSD e CDS remeteram para a maioria parlamentar de esquerda o apoio a qualquer decisão que venha a ser tomada sobre a venda do Novo Banco.
Contactada pela Lusa, fonte do grupo parlamentar do PSD confirmou o encontro de uma delegação do PSD com o Governo, notícia avançada pela Sic-notícias, remetendo para o executivo, que solicitou a reunião, o anúncio da “informação que deseja comunicar publicamente”.
“O PSD esclarece apenas que não foi solicitado pelo Governo ao PSD qualquer apoio para a decisão que pretende tomar e que o governo, como é por demais sabido, dispõe de maioria parlamentar para suportar as suas escolhas políticas mais importantes”, acrescentou a mesma fonte.
O CDS-PP participou também numa reunião com o Governo sobre o Novo Banco, “com caráter meramente informativo”, disse fonte da direção do partido, que sublinhou, também, que o executivo dispõe de uma maioria parlamentar de apoio.
“O CDS confirma a participação numa reunião solicitada pelo Governo, sobre o Novo Banco, com caráter meramente informativo. No mais, quanto ao tema concreto tratado, o Governo dispõe de uma maioria parlamentar de apoio, da qual o CDS não faz parte”, informou à Lusa fonte da direção centrista.
Bloco exige que o tema passe no Parlamento e… é contra
O Bloco de Esquerda também se reuniu com o Governo e reiterou que a venda do Novo Banco é “demasiado importante para que não passe pelo parlamento”, não excluindo por isso a possibilidade de a levar à votação no plenário.
Fonte bloquista confirmou à agência Lusa a reunião com o Governo, preferindo não revelar a composição das delegações, e reiterou que a questão da venda do Novo Banco é “suficientemente importante” para ser debatida e votada no parlamento.
A mesma fonte escusou-se, contudo, a precisar de que forma poderá a questão da venda do Novo Banco ser chamada a votação no plenário da Assembleia da República, uma vez que isso dependerá da forma como for concretizada pelo Governo.
Na segunda-feira, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, insistiu que será “um erro” vender o Novo Banco a privados, salientando que o Governo não terá o apoio do partido neste processo.
“A posição do BE é clara. Nós somos contra uma entrega a privados do Novo Banco numa situação em que os contribuintes ficam a pagar as perdas e o Estado Português não tem uma palavra a dizer sobre a gestão dos ativos”, afirmou a bloquista aos jornalistas, à margem de uma reunião com responsáveis da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, por seu lado, limitou-se a confirmar à Lusa que o partido se reuniu com o Governo sobre o Novo Banco, mas escusou-se a adiantar pormenores sobre o encontro.
Venda até ao fim da semana
O primeiro-ministro, António Costa, revelou hoje na Madeira que o Governo tem a expectativa de concluir a venda do Novo Banco até ao final desta semana.
Questionado pela agência Lusa se a situação do Novo Banco estaria resolvida até ao final da semana, António Costa respondeu apenas: “Sim, é essa a expectativa que temos”.
O Novo Banco é o banco de transição que ficou com os ativos menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), alvo de uma intervenção das autoridades em 03 de agosto de 2014, e que está em processo de venda.
Desde fevereiro que o Governo está a negociar a venda do Novo Banco em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.
O fundo norte-americano passou para a frente nas negociações depois de, no final de 2016, ter sido noticiado que, entre os concorrentes, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira, mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China.
Por acordo com a Comissão Europeia, o Novo Banco tem de ser vendido até ao verão deste ano.
O Lone Star Funds foi fundado em 1995 e investe nos setores financeiro e no imobiliário. Em Portugal, tem um investimento em Vilamoura.