Na quinta-feira, o conselho de governadores do BCE deve baixar pela quinta vez, desde Outubro, o preço do dinheiro, para 1,5%, o valor mais baixo de sempre desta taxa desde a criação da instituição monetária.
A “deterioração dos indicadores económicos aponta para o agravamento da crise económica”, disse Teresa Gil Pinheiro, analista do BPI, pelo que o BCE deve voltar a cortar a taxa.
Além disso, a justificar o corte deve estar também a degradação mais acentuada da actividade do que o BCE antecipava, afirmou o analista Tiago Lavrador, do BES – na quinta-feira o BCE deve rever em baixa as previsões de crescimento económico e de inflação.
Os últimos números, avançados em Dezembro, perspectivavam uma queda de 0,5% do PIB, em 2009, e uma descida da inflação para 1,4%.
No entanto, o BCE deve prever agora um recuo de 2% do PIB e uma inflação nos 0,7%, segundo Rui Constantino, economista-chefe do Santander Portugal.
A taxa de inflação da Zona Euro subiu em Fevereiro para 1,2%, próximo do mínimo de 14 meses, e abaixo do objectivo de longo prazo dos 2%.
Os analistas continuam a acreditar que o corte de taxas pode não terminar em Março: na actual conjuntura é de esperar uma nova descida de 0,25 ou 0,5 pontos percentuais no preço do dinheiro, segundo Teresa Gil Pinheiro.
“É preciso ouvir o discurso de quinta-feira (do presidente do BCE) para saber se será já em Abril e qual a dimensão”, acrescentou a analista do BPI.
Tiago Lavrador, do BES, acredita que “é possível que o BCE venha a proceder a mais cortes, até 1%, até ao final do segundo trimestre”.
A reunião de Abril do BCE está agendada para o dia 2.