A Associação de Pilotos de Grande Prémio – GPDA -, que representa os pilotos da Fórmula 1, emitiu esta quinta-feira uma declaração em que critica a FIA – Federação Internacional de Automobilismo – por multas aplicadas a vários pilotos pelo uso de linguagem ofensiva. A associação afirma não ter ficado satisfeita com o “tom e linguagem” utilizados por Ben Sulayem – presidente da FIA – e questiona ainda a transparência financeira da organização. “Instamos o Presidente da FIA a considerar igualmente o seu próprio tom e a sua linguagem quando fala com os pilotos, ou mesmo sobre eles, seja de forma pública ou não. Além disso, os nossos membros são adultos”, pode ler-se na nota.
Recentemente, os pilotos Max Verstappen e Charles Leclerc foram sancionados com multas após terem proferido “palavrões” em conferências de imprensa, castigos que a Associação defende terem sido exagerados. “Há uma diferença entre os palavrões destinados a insultar os outros e os palavrões mais casuais, como os que se podem usar para descrever o mau tempo, ou mesmo um objeto inanimado como um carro de F1 ou uma situação de condução”, lê-se. A nota refere ainda a tentativa de Sulayem em impor regras e limites nas joias e roupas dos pilotos, o que também provocou o descontentamento dos atletas.
Para além das sanções impostas em pista – através, geralmente, de penalizações de tempo – a forma mais comum da FIA punir os seus pilotos é através da aplicação de multas, o que tem levantado questões sobre a forma como está a ser gerada receita por parte da organização. “Nos últimos três anos, pedimos ao presidente da FIA que partilhasse os detalhes e a estratégia sobre como as multas financeiras da FIA são alocadas e onde os fundos são gastos”, continua o comunicado.
Dos 20 pilotos envolvidos no comunicado todos são membros da GPDA, associação liderada por Alex Wurz, antigo piloto de Fórmula 1. “Pedimos mais uma vez ao presidente da FIA transparência financeira e um diálogo direto e aberto connosco. Todas as partes interessadas [FIA, F1, equipas e GPDA] devem determinar em conjunto como e se o dinheiro é gasto em benefício do desporto”, conclui.