O compositor de música Luís Tinoco, de 55 anos, é o vencedor da edição de 2024 do Prémio Pessoa. O anúncio foi feito esta manhã através de uma conferência de imprensa que decorreu no Palácio de Seteais, Sintra.
Em declarções à agência Lusa, o compositor mostrou-se “imensamente feliz e surpreendido” por saber que o seu nome mereceu a preferência do júri este ano, num país que, “entre a área das Artes, das Ciências e das Letras está recheado de pessoas que merecem este prémio”. “É um voto de confiança enorme. Deixa-me muito feliz, não só a título pessoal, mas também a título daquilo que é a área profissional em que me movo, que é a área da Música, da música clássica, da música erudita”, disse.
O músico, nascido em 1969, é formado na Escola Superior de Música de Lisboa, mestre pela Royal Academy of Music e doutorado pela Universidade de York. Para além de compositor, Tinoco é professor de música, programador e divulgador musical, colaborando na produção de novos programas de música para a Antena 2. Entre as suas composições mais conhecidas encontram-se “Evil machines” – de 2008 – e “Paint me” – de 2010 – e de trabalhos mais recentes como “Canções de trabalho” – de 2022.
Em nome do júri, o musicólogo Rui Vieira Nery explicou que o compositor foi uma escolha de “consenso”, pelo seu “mérito absoluto” e que a sua obra “revela um sólido domínio da forma e da instrumentação, bem como a linguagem, eminentemente pessoal que privilegia a comunicação afetiva com o público, sem nunca comprometer o rigor da escrita”. “Luís Tinoco é um homem de grande cultura, no sentido mais amplo do termo e gosta de se cruzar com o teatro, com a poesia e as artes plásticas”, acrescentou.
Presidido por Francisco Pinto Balsemão, o júri conta ainda com a participação de Paulo Macedo, Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Emílio Rui Vilar, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Eduardo Souto Moura, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
A iniciativa – promovida pelo jornal Expresso e pela Caixa Geral de Depósitos – “visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país”. Este ano o valor do prémio situou-se nos 70 mil euros, um aumento de 10 mil euros face à edição anterior.