É curioso que faltem apenas dois meses e alguns dias para as eleições autárquicas e, no entanto, pouco se mexe, pouco se ouve, pouco se descortina. Há uma paragem na luta política. Há um sabor a férias. Há um adiar para Setembro. É natural que o país político e o eleitorado estejam fartos de eleições, umas atrás das outras, mas o calendário constitucional não se apaga com uma borracha.

É de esperar, sem nenhumas dúvidas, que o regresso de férias servirá para agitar as máquinas semiparalisadas, tanto em Lisboa como no concelho mais longínquo (salvo seja, na nossa pequenez!) do país. Há feiras, há foguetório, há festas e concertos, mas política… nada.

Não é propriamente mau, apesar de tudo. Tenho sempre a convicção de que, por esta altura, todos sabem em quem votar, independentemente das mudanças obrigatórias ou das repetições de mandatos. Um ou outro caso vai merecer atenção — em particular o Porto, mas também Cascais e Sintra — sem esquecer tantos outros que vão mudar de presidência, mas não de cor política.

O país está desligado, propositadamente. Não quer saber de campanhas, comícios, folhetos, cartazes ou programas eleitorais. Chegará a hora, muito mais tarde, para uma leve reapreciação do que os eleitores querem que mude. É normal? Claro que sim. E, depois destas eleições, em meados de Outubro, agitar-se-á o combate para as presidenciais, em Janeiro. Vai fervilhar: quem sobe, quem desce, quem apoia, quem faz de conta.

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Vêm acompanhadas pelas mães e por uma médica voluntária e têm várias visitas organizadas para preencher os 10 dias que vão passar em Portugal, entre 11 e 21 deste mês. As férias destas crianças, entre os 2 e os 16 anos, cujos pais morreram na guerra, resultam de uma iniciativa de associações da comunidade ucraniana em Portugal.

Promovido pela Associação dos Ucranianos em Portugal, pela Associação das Mulheres Ucranianas em Portugal e pela Junta de Freguesia de Benfica, o projeto “Crianças dos Heróis – aquecidas pelo sol e pelo amor” conta com o apoio logístico e financeiro da empresa de software Arquiconsult.

Com o objetivo de “proporcionar a estas famílias uma pausa no ambiente de guerra” também estão previstos “momentos de lazer” em Lisboa, indica um comunicado da empresa que apoia a iniciativa.

Estão planeadas idas a praias, ao Oceanário de Lisboa e ao Pavilhão do Conhecimento, bem como ao Badoca Safari Park, a Fátima e às Grutas de Mira D’Aire.

Desde o nascimento, o peito da mãe não é só alimento: é colo, é segurança, é afeto. A amamentação ativa a libertação de ocitocina, a hormona do vínculo, que acalma, aproxima e fortalece a relação mãe-bebé. Cada olhar trocado, cada toque, cada pausa no mundo exterior cria um espaço de conexão emocional profundo. Esta relação precoce é a base de um apego seguro, uma das maiores proteções psicológicas ao longo da vida.

A produção hormonal durante a amamentação reduz o stress, diminui o risco de depressão pós-parto, entre outras vantagens. Quando a amamentação é uma escolha consciente, proporciona à mãe momentos de pausa e presença. Para o bebé, os benefícios vão além do alimento. O contacto pele com pele regula o sistema nervoso, promove tranquilidade e ajuda a gerir emoções como o medo ou a frustração. Bebés amamentados apresentam melhores respostas ao stress e uma maior capacidade de autorregulação ao longo do desenvolvimento.

BENEFÍCIOS EMOCIONAIS E PSICOLÓGICOS DA AMAMENTAÇÃO

Para a mãe:

  • Redução do risco de depressão pós-parto;
  • Maior vínculo emocional;
  • Diminuição dos níveis de stress e aumento do bem-estar psicológico;
  • Melhoria da autoestima e confiança nas decisões parentais;
  • Momentos de pausa emocional, presença e conexão.

Para o bebé:

  • Segurança emocional e sensação de contenção;
  • Regulação do sistema nervoso e do cortisol (hormona do stress);
  • Desenvolvimento de um apego seguro, essencial para relações futuras;
  • Consolidação de rotinas de sono, alimentação e tranquilidade emocional;
  • Maior estimulação sensorial e emocional para o desenvolvimento cerebral.

BENEFÍCIOS DA AMAMENTAÇÃO PARA ALÉM DOS DOIS ANOS

No entanto, continuam a surgir comentários que reduzem este ato a algo meramente biológico e temporário, como se a partir dos dois anos deixasse de fazer qualquer sentido. “A ciência mostra o contrário: amamentar continua a ser benéfico, tanto para a mãe como para a criança, mesmo para além dos dois anos. A Organização Mundial da Saúde recomenda o aleitamento até aos 2 anos ou mais, sempre que mãe e filho assim desejarem. A amamentação prolongada mantém benefícios físicos, mas sobretudo emocionais, porque a criança não procura apenas leite, procura segurança emocional, conforto…

Entre os 2 e os 4 anos, a criança está numa fase de descoberta da autonomia, o que pode gerar medo, frustração e desafios emocionais. Nestes momentos, o peito funciona como um “porto seguro”, ajudando a criança a regular emoções intensas e a ganhar confiança para explorar o mundo. Além disso, o desmame natural (quando a criança e a mãe estão prontas) favorece uma separação gradual e saudável, prevenindo sentimentos de rejeição ou insegurança. Amamentar um “bebé crescido” não é um gesto de dependência excessiva, mas sim de respeito pelo tempo emocional da criança.

Como psicóloga clínica, vejo diariamente o poder do colo, do toque e da ligação emocional, bem como o impacto que a ausência destes causam. Não se trata de defender que todas as mães devem amamentar para além dos dois anos. Trata-se de respeitar a escolha de cada mulher e de não deslegitimar um ato que, para muitas famílias, é uma fonte de saúde mental, conforto e vínculo. Quando alguém afirma que amamentar depois de certa idade “não faz sentido”, está a perpetuar estigmas e a ignorar a evidência científica. Amamentar não é apenas nutrir, é presença, é afeto, é vínculo, é saúde mental. E se, para algumas mães, esta conexão faz sentido para além dos dois anos, isso deve ser valorizado e apoiado.

O antigo futebolista internacional Jorge Costa morreu esta terça-feira, aos 53 anos, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, no Porto.

Segundo a edição online d’A Bola, o diretor de Futebol do FC Porto tinha acabado de falar à SportTV quando se sentiu mal. Foi assistido no local e transportado, depois, para o hospital de São João, no Porto, onde esteve internado, em estado muito grave, nos Cuidados Intensivos, até ao início da tarde.

O Bicho, como ficou conhecido, já tinha sofrido um enfarte em 2022.

A autópsia ao corpo do homem decapitado na passada quarta-feira, na Baixa de Lisboa, revelou que a vítima se tentou defender da agressão, mas “acabou por perder as forças e cair no chão”.

Segundo a nota do Ministério Público (MP), “existem fortes indícios” de que o arguido, de nacionalidade estrangeira, tenha conhecido a vítima na noite de 29 para 30 de julho de 2025. Terá sido uma discussão no Páteo Salema, em “circunstâncias não apuradas”, a levar ao crime.

Depois da decapitação – com recurso a uma “faca na zona do pescoço da vítima”, o suspeito “colocou a cabeça da vítima dentro da mochila que trazia consigo, arrastou o corpo para um local com entulho, de forma a passar mais despercebido, e regressou a casa, onde guardou a cabeça da vítima no congelador”.

No dia seguinte, pelas 15h30, dirigiu-se ao Hospital de São José onde entregou a cabeça e foi detido pela PSP.

A investigação, dirigida pelo DIAP de Lisboa, está agora a cargo da Polícia Judiciária e o inquérito encontra-se em segredo de justiça.

Depois de o primeiro-ministro anunciar, há cerca de nove meses, a revisão da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, com a intenção de a libertar de “amarras ideológicas”, as novas linhas gerais foram divulgadas no início do mês de julho pelo Ministério da Educação. Na altura, a tutela garantiu que não seriam eliminados temas, mas os detalhes só foram conhecidos há duas semanas, quando o documento entrou em consulta pública, gerando um aceso debate.

A partir do próximo ano letivo, Cidadania e Desenvolvimento vai passar a ser regulada por Aprendizagens Essenciais, em linha com uma nova Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, que vão substituir os atuais documentos orientadores da disciplina.

Lançada em 2017 pelo então ministro socialista Tiago Brandão Rodrigues, a Cidadania e Desenvolvimento funciona como área de trabalho transversal no 1.º ciclo, disciplina no 2.º e 3.º ciclos, e como componente de formação no secundário, cabendo às escolas decidir se é lecionada enquanto disciplina autónoma ou de forma multidisciplinar.

Essa organização não vai ser alterada, mas os até agora 17 domínios, alguns obrigatórios e outros facultativos, vão passar a ser integrados em oito dimensões obrigatórias: Direitos Humanos, Democracia e Instituições Políticas, Desenvolvimento Sustentável, Literacia Financeira e Empreendedorismo, Saúde, Media, Risco e Segurança Rodoviária, e Pluralismo e Diversidade Cultural.

O novo guião da disciplina parece, no entanto, dar menos atenção a temas como a sexualidade (sem quaisquer referências às palavras “sexual” ou “sexualidade”), tratada apenas no contexto da saúde e da violação dos direitos humanos, apesar de o ministro da Educação ter garantindo os conteúdos relacionados com a educação sexual não vão desaparecer dos currículos.

O  Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) garante que o tema está inserido nas aprendizagens essenciais na dimensão “Saúde” e que, ao abrigo do regime de 2009, está igualmente presente noutras disciplinas.

“Seria um retrocesso enorme se a educação para a sexualidade saísse das escolas e da formação dos alunos. E se isso fosse verdade, o clamor que surgiu faria sentido”, afirmou o ministro ao terceiro dia da consulta pública, em declarações que não foram suficientes para sossegar a contestação.

Durante as duas semanas de consulta pública, multiplicaram-se as posições em defesa da educação sexual, incluindo a manifestada pela Ordem dos Psicólogos Portuguese num parecer enviado ao Governo, sublinhando o impacto comprovado na prevenção de comportamentos de risco e da violência de género.

Também do lado dos partidos políticos, as alterações à Cidadania e Desenvolvimento propostas pelo Executivo não agradaram nem à direita, nem à esquerda.

Uma das conclusões mais surpreendentes a que chegou um grupo de cientistas das universidade de Basel e de Zurique, ao descodificar o genoma do vírus responsável pela gripe espanhola (preservado a partir de um doente da cidade suíça), foi que o agente patogénico já te tinha adaptado aos humanos logo no início da pandemia. Esta adaptação, na forma de mutações genéticas, permitiu-lhe, em simultâneo, ser mais infeccioso e mais resistente, o que ajuda a explicar como aquela pandemia, entre 1918 e 1920, se tornou a mais mortífera da História causada pelo influenza e uma das mais devastadoras de sempre entre todas as pandemias: em todo o mundo, morreram entre 20 a 100 milhões de pessoas (a Covid terá feito mais de 7 milhões de vítimas mortais).

Sempre de olho na próxima grande ameaça, cientistas de todo o mundo continuam a tentar encontrar formas de a conter, ainda que ninguém saiba como nem quando, nem através de que agente virá. Para isso, é fundamental compreender como os vírus evoluem e, analisando as pandemias passadas, como se comportam.

Até aqui, pouco se sabia sobre o influenza responsável pela gripe espanhola. Só agora os investigadores conseguiram reconstruir o primeiro genoma do vírus, graças a um espécimen preservado no Instituto de Medicina Evolucionária da Universidade de Zurique.

A vítima era um jovem de 18 anos, da cidade suíça, que morreu durante a primeira vaga da pandemia no país e foi autopsiado em julho de 1918.

“É a primeira vez que tivemos acesso ao genoma do influenza de 1918-1920 na Suíça. Isso abre novas perspetivas sobre a dinâmica de como o vírus se adaptou na Europa no início da pandemia”, afirma uma das autoras do estudo, publicado na BMC Biology, Verena Schünemann.

Ao comparar o genoma suíço com os poucos genomas do vírus da gripe publicados anteriormente na Alemanha e na América do Norte, os investigadores conseguiram provar que a estirpe suíça já apresentava três adaptações fundamentais aos seres humanos que persistiriam até ao fim da pandemia.

Duas dessas mutações tornaram o vírus mais resistente a um componente antiviral do sistema imunitário humano — uma barreira importante contra a transmissão de vírus, como o da gripe das avez, de animais para humanos. A terceira mutação dizia respeito a uma proteína na membrana do vírus que aumentava a sua capacidade de se ligar a recetores nas células humanas, tornando o vírus mais resistente e mais infeccioso.

Ao contrário de outros vírus, como os adenovírus, cujo ADN é estável, o influenza guarda a sua informação genética na forma de RNA, ou ácido ribonucleico, que se degrada muito mais rapidamente. Daí só ter sido possível agora descodificar o seu genoma: os cientistas desenvolveram um novo método para recuperar fragmentos de RNA de espécimens preservados.

A utilidade desta descoberta para lidar com futuras pandemias? Verena Schünemann explica: “Uma melhor compreensão da dinâmica de como os vírus se adaptam aos seres humanos durante uma pandemia ao longo de um longo período de tempo permite-nos desenvolver modelos para futuras pandemias”. “Graças à nossa abordagem interdisciplinar que combina padrões histórico-epidemiológicos e de transmissão genética, podemos estabelecer uma base comprovada para cálculos”, acrescenta Kaspar Staub, coautor da investigação.

Netanyahu não pode ignorar as imagens que chocam e impressionam a Humanidade: as crianças esquálidas de Gaza, à beira da morte, famintas e sem água, e as imagens de reféns israelitas no mesmo estado de morte iminente, pelos mesmos motivos.

As fotografias chegam através do Hamas, porque Israel não permite a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza. É inaceitável e inadmissível. Só assim poderia existir um relato e um retrato completo do que está a viver-se em determinadas zonas de Gaza. Isso tem de acontecer, e é urgente exercer pressão global sobre o governo israelita. Deixem entrar os jornalistas estrangeiros.

Compreende-se, infelizmente, a táctica comunicacional do Hamas, centrada na visão inadmissível de crianças à beira da morte, já distantes de tudo e de todos, aguardando o momento final. Horrível. Arrepiante. Insuportável.

Mas a estes crimes hediondos, macabros e tenebrosos não se pode responder com imagens igualmente trágicas de reféns israelitas, no limite das suas forças, esqueléticos e sem vontade de viver. A morte horrenda não se combate com uma horrenda morte. Gaza não pode transformar-se num campo de extermínio para ambos os lados. É intolerável. Quem salva estas vidas, palestinianas e israelitas?

Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a VISÃO nem espelham o seu posicionamento editorial.

Com as maratonas aprendi que não existem metas impossíveis. 

“Cada um de nós faria mais coisas se as julgasse menos impossíveis.”

Tornei-me mais resistente à dor e à fadiga física e psicológica. 

Um dia um médico disse-me: “Filipa, o meu problema não é o seu joelho. O meu maior problema é a sua resistência à dor.”

Ao longo dos anos, de cada vez que cruzava a meta de uma maratona, tinha consciência de que iria conseguir tudo aquilo que eu quisesse. Porque com a minha cabeça eu chego aonde eu quero, como cheguei nas maratonas da Muralha da China ou na Antártida. E chegar ao fim de uma maratona não é coisa fácil. Se uma maratona fosse fácil eu não a fazia. Para além de ser um desafio físico, é essencialmente um desafio mental, que exige muito de quem está a correr. O meu querer e a minha força de vontade fizeram-me sempre chegar ao fim, mesmo que fosse em último lugar, como aconteceu na maratona de Davos. Com a minha determinação e com o meu foco ligado no máximo, enfrentei todos os obstáculos que surgiram diante de mim.

Ter cruzado a meta de 19 maratonas tornou-me uma pessoa mais forte em todos os sentidos e, de alguma forma, estendi essa força e esse positivismo (de conseguir) a todas as áreas da minha vida. Porque quem corre torna-se mais ágil e mais otimista. 

Comecei a dar mais importância ao poder da minha visualização nos objetivos que quero alcançar. Portanto, foi muito importante ter visualizado antecipadamente algumas das metas que cruzei. Recordo a maratona da Gronelândia, onde isso aconteceu na perfeição quando, dias antes ao correr dez minutos de noite, visualizei a minha chegada à meta. No dia da prova, aconteceu como eu “a tinha visto “e cruzei a meta em primeiro lugar. A corrida fomenta um estilo de vida mais saudável e o meu otimismo é, inevitavelmente, uma boa consequência da corrida. Quem corre sabe que é assim… Ou estou enganada?

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As previsões para 2025 apontam que Portugal voltará a ser um dos destinos preferidos para gente com mais de um milhão de dólares líquidos para investir, mas ainda muito longe de países como os Emirados Árabes Unidos ou os Estados Unidos da América. Impressionante é a quantidade de milionários que o Reino Unido deverá perder este ano, cuja riqueza total ascende a quase 100 mil milhões de dólares, ou seja, 85 mil milhões de euros.