A Iberdrola BP Pulse já é, segundo dados da empresa, o maior operador de postos de carregamento ultrarrápido (potência igual ou superior a 100 kW) na Península Ibérica, mas não em Portugal. No entanto, segundo o country manager da empresa para Portugal, Ricardo Pacheco, o objetivo é atingir essa posição de liderança também por cá. Mais, Ricardo Pacheco garante que a Iberdrola BP Pulse quer, sozinha, duplicar a rede pública de carregamento ultrarrápido no nosso país até ao final de 2025, com 600 pontos de carregamento ultrarrápidos – atualmente tem 180 pontos espalhados por 73 localizações.
Num encontro com os jornalistas em Lisboa, Ricardo Pacheco demonstrou-se esperançado com a nova regulamentação para a mobilidade elétrica que está a ser preparada pelo Governo. Para este responsável, que analisou o Decreto de Lei que esteve recentemente em discussão pública, a nova regulamentação “poderia, pontualmente, ser melhorada em alguma coisa, mas é globalmente positiva”. Em declarações à Exame Informática, Ricardo Pacheco defendeu que a nova legislação, que prevê o fim obrigatoriedade da ligação à Mobi.E para acesso universal, “permitirá maiores eficiências na operação dos postos de carregamento, o que conduzirá a menores custos para os consumidores”, acrescentando que “pessoalmente, não sou adepto da garantia de acesso universal porque preferia poder escolher os meus parceiros”. Mas, adiciona, “Não pretendemos fechar a nossa rede, somos um operador de postos e, como tal, precisamos da maior taxa de utilização possível. Prefiro pensar num modelo tendencialmente universal”.
Para Ricardo Pacheco, o modelo atualmente em vigor, com gestão centralizada na Mobi.E, foi importante para fazer crescer a rede e trazer novos operadores para o mercado, mas “não é eficiente para escalar a rede, que é o que precisamos”. O country manager da Iberdrola BP Pulse até usou uma metáfora: “É como um bebé na barriga da mãe. Inicialmente tem de ser protegido, alimentado, mas depois nasce e cresce”.

Com a entrada em vigor da nova regulamentação, a Iberdrola BP Pulse também considera desenvolver soluções para frotas. Sem ainda concretizar, Ricardo Pacheco acredita que “poderemos fazer muita coisa, por exemplo, criar condições mais atrativas para as empresas carregarem veículos durante a noite”.
Ricardo Pacheco garantiu ainda que o momento de indefinição que se vive, em que os operadores dos postos de carregamento e os comercializadores de energia ainda não sabem como a nova regulamentação será posta em prática, não está, nem vai, afetar o plano de investimento Iberdrola BP Pulse: “Estamos a fazer a rede crescer rapidamente com o atual modelo e continuaremos a investir, independentemente do modelo que for adotado”.