1. Como se Pronuncia Design em Português: Brasil Hoje
23 setembro, Palácio dos Condes da Calheta, Lisboa
A casa de 4,8 metros de largura por 25 de profundidade em Vila Matilde, São Paulo, tornada célebre pelo prémio ArchDaily Building of the Year 2016, que os Terra e Tuma Arquitetos arrecadaram, pela sua projeção, a baixíssimo custo para a proprietária, a Dona Dalva, é um dos objetos retratados em Como se Pronuncia Design em Português: Brasil Hoje. A exposição é uma espécie de sequela da mostra que o MUDE levou a cabo em 2015 com obras de designers portugueses. Agora, no Palácio dos Condes da Calheta, são apresentados 100 produtos representativos do que é o design brasileiro no século XXI. Palácio dos Condes da Calheta, Jardim Botânico Tropical > R. General João de Almeida, 15, Lisboa > T. 21 362 0210 > 23 set-31 dez, ter-dom 10h-18h
2. Shadow Soundings
4 outubro, MAAT, Lisboa
Podia ser um dos sons, simplesmente fascinantes, que a NASA tem gravados do espaço sideral, nomeadamente de Júpiter, e que estão disponíveis online. Mas não. É uma das diversas paisagens sonoras da instalação que o americano Bill Fontana – um dos pioneiros em arte sonora – desenhou para a Galeria Oval do MAAT, concebida a partir dos sons e vibrações da Ponte 25 de Abril e do rio que banha a cidade de Lisboa, à semelhança do que fez em 2012 com a Golden Gate de São Francisco. Chama-se Shadow Soundings e assim equilibra o excesso de luz que se faz refletir nas águas do Tejo. MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia > Av. Brasília, Central Tejo, Lisboa > T. 21 002 8130 > 4 out-12 fev 2018, qua-seg 12h-20h
3. Projetos Ccontemporâneos – Daniel Steegmann Mangrané
30 setembro, Museu de Serralves, Porto
O trabalho de Daniel Steegmann Mangrané mostra-nos paredes à transparência, atravessáveis, parte de uma arquitetura paisagística que o jovem catalão, a viver no Rio de Janeiro, desenha para cada lugar como se fosse um jardim do Éden em versão modernista (nos traçados, nas geometrias) e pop (no uso das cores, na escolha dos materiais). É isto que vamos poder ver em Projetos Contemporâneos – Daniel Steegmann Mangrané: Uma Folha Translúcida, no Lugar da Boca, na Sala Principal do Museu de Serralves, juntamente com uma série de esculturas, um desenho na parede e um holograma. Museu de Serralves > R. D. João de Castro, 210, Porto > T. 22 615 6500 > 30 set-7 jan 2018, seg-sex 10h-19h, sáb-dom 10h-20h
4. Splitting, Cutting, Writing, Drawing, Eating… Gordon Matta-Clark
14 outubro, Culturgest, Lisboa
Separar, cortar, escrever, desenhar, comer. Todos os verbos descritos no título desta exposição denotam os atos de action architecture – expressão que acabámos de roubar às artes plásticas – levada a cabo por Gordon Matta-Clark, um artista-arquiteto-pensador conhecido pela desconstrução da ideia de arquitetura presente nos seus trabalhos, nomeadamente os de site-specific. Splitting, Cutting, Writing, Drawing, Eating… Gordon Matta-Clark é uma parceria com Serralves. Inclui textos, cadernos de anotações, desenhos, filmes e fotografias do artista americano, cuja morte prematura não impediu que o seu trabalho fizesse parte da vanguarda nova-iorquina dos anos 60 e 70. Culturgest > Rua Arco do Cego, 50, Lisboa > T. 21 790 5155 > 14 out-25 nov, ter-sex 11h-18h, sáb-dom 11h-19h
5. The World of Style of Steve McCurry
10 outubro, Alfândega do Porto
A cara da menina afegã é sobejamente conhecida, mas há muito mais do que este exemplar da Mona Lisa dos tempos modernos para ver na extensa carreira do americano Steve McCurry, repórter de imagem da National Geographic, que em 1984 fez capa na revista com o retrato Afghan Girl. São 250, os trabalhos que vão poder ser vistos na Alfândega do Porto, sob o título The World of Steve McCurry, representativos de uma obra que em boa parte se encontra ligada à paixão de longa data do fotógrafo pelo continente asiático. Alfândega do Porto > R. Nova da Alfândega, Porto > T. 22 340 3000 > 10 out-31 dez, ter-sex 10h-18h, sáb-dom 15h-19h
6. A Língua Mais Bela
27 outubro, Galeria Avenida da Índia, Lisboa
Ouvimos uma declaração de Grada Kilomba num vídeo online, a propósito da sua performance Illusions e aquelas palavras derrubam-nos logo ali. Elas apontam-nos o dedo, a cada um de nós, como uma seta lançada à nossa responsabilidade – à nossa responsabilidade individual. Diz ela: “Insistimos imenso na fantasia de que a marginalização existe porque há falta de conhecimento. Isso é um mito que nos acompanha constantemente e que é muito importante desmistificar. Não é uma falta de conhecimento, é um exercício de poder: não querer saber, ou não precisar de saber.”
Adaptada a Lisboa, Illusions é uma das cinco obras da artista portuguesa sediada em Berlim que vão estar, sob o título A Língua Mais Bela, na Galeria Avenida da Índia, em Lisboa, depois de ter passado pela 32ª Bienal de São Paulo. Kilomba é também uma dos artistas cujas peças integram Incerteza Viva: Uma Exposição a Partir da 32ª Bienal de São Paulo, que pode ainda ser vista no Museu de Serralves, no Porto. E inaugurará a Project Room do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, a 8 de novembro, com Secrets to Tell (a sua obra The Desire Project tornou-se a mais recente do espólio da Fundação EDP). A videoinstalação é composta por três atos – Enquanto Caminho, Enquanto Falo e Enquanto Escrevo. No ato II, lemos, a letras brancas sobre fundo preto, “Enquanto falo/ Comentários e avisos/ parecem aprisionar-me/ numa velha ordem colonial./ Inadvertidamente, dizem-me/ o que conta como a verdade,/ e em quem acreditar./ Lembrando-me/ de uma estranha dicotomia:/ Quando eles falam, é científico;/ quando nós falamos, é não científico.” Para termos acesso à instalação-grito, temos de passar por um pequeno santuário dedicado à escrava Anastácia, cuja boca foi selada, lembrando-nos de que o poder da palavra serve para quebrar os silêncios a partir dos quais as narrativas coloniais insistem em manter-se atualizadas. As de que não queremos saber, as de que não precisamos de saber. Muito ouviremos falar de Grada Kilomba, artista portuguesa radicada em Berlim, nos próximos tempos. Galeria Avenida da Índia > Av. da Índia, 170, Lisboa > T. 21 583 0010 > 27 out-4 mar 2018, ter-sex 10h-13h, 14h-18h, sáb-dom 14h-18h > grátis
7. Neighbourhood – Where Álvaro Meets Aldo
14 novembro, CCB, Lisboa
De Aldo Rossi, alguém disse um dia ser um poeta que por acaso é um arquiteto. Junte-se isso às preocupações sociais que atravessaram boa parte do trabalho de Álvaro Siza Vieira e ao processo SAAL, um programa de arquitetura que visava atender as necessidades das populações desfavorecidas, e chegamos ao título da exposição Neighbourhood – Where Álvaro Meets Aldo. Os projetos de habitação social retratados ficam em bairros do Porto, Berlim, Haia e Veneza, para os quais Siza pensou na ideia de lugar, de estar – de vizinhança. CCB > Pç. do Império, Lisboa > 21 361 2400 > 14 nov-11 fev 2018, ter-dom 10h-18h