FICÇÃO
1. Apoteose dos Mártires
Mário Cláudio
Este novo romance marca o regresso de Mário Cláudio aos temas da espiritualidade e da religiosidade, depois de Tríptico da Salvação. Apoteose dos Mártires assinala ainda uma nova viagem às terras orientais do antigo império português, na sequência de Peregrinação de Barnabé das Índias e Os Naufrágios de Camões. E por esta pequena lista se confirmam as muitas relações que se estabelecem entre os seus romances, também marcados pela ideia de trilogia. Neste novo título, Mário Cláudio, um dos mais destacados (e premiados) autores portugueses, nascido no Porto, em 1941, sonda os mistérios da fé através das vidas de dois frades da Ordem do Carmo, frei Redento da Cruz e frei Dionísio da Natividade, que morreram em Achém, em 1638, numa missão diplomática que acabou em martírio. D. Quixote, 208 págs., €16,90
2. Campo de Lava
Yrsa Sigurdardóttir
A Quetzal continua a divulgar entre nós a obra de Yrsa Sigurdardóttir, escritora que tem conseguido (como Arnaldur Indriðason ou Ragnar Jónasson) sobressair no concorrido panorama editorial de policiais nórdicos e escandinavos. O êxito junto dos leitores passa muito pelo carisma dos detetives e pela aura de mistério que a própria Islândia empresta à narração. Campo de Lava é o quarto volume da série da dupla Freyja & Huldar, iniciada com O Legado, Abismo e A Absolvição. Pela frente, a dupla tem dois enigmas para resolver. Por um lado, a morte de um jovem e abastado investidor num antigo campo de execuções. Por outro, o aparecimento de uma criança de 5 anos na casa do falecido. Um thriller de intensidade máxima. Quetzal, 416 págs., €19,90
3. Terrinhas
Catarina Gomes
O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís em dezembro passado chega este mês às livrarias, editado pela Gradiva. Jornalista de profissão, Catarina Gomes tem publicados outros três livros de não ficção pela Tinta da China, entre eles Coisas de Loucos, uma investigação da vida de oito doentes internados no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda. A sua primeira aventura pela ficção faz-se com uma história bonita sobre uma herança familiar inesperada, na forma de quatro pedaços de terra na aldeia dos avós. A partir da tão portuguesa “ida à terrinha”, uma viagem que em miúda tanto arreliou Cláudia M. Mendes, a protagonista do livro, agora uma designer de interiores que tudo fez para arrumar o seu passado, desvela-se uma história sobre memórias familiares e sobre tudo aquilo que ficou por entender dos seus antepassados – pais e avó. Partindo das sacas de batatas que viajavam da localidade fictícia de Arrô, a abaular o tejadilho do carro (“Quer queira quer não, nas minhas memórias mais antigas parece que descubro batatas”, escreve no parágrafo inicial), há também uma viagem temporal à vida doméstica comum a muitos portugueses, exemplo dos pequenos eletrodomésticos ou das cristaleiras carregadas de bibelots. A história, contou Catarina Gomes na altura do prémio, partiu de um cenário imaginado sobre uma herança verdadeira de umas terras no Norte de Portugal. Gradiva, 256 págs., €18
4. O Gémeo de Ompanda e as Suas Duas Almas
Carlos Vale Ferraz
Mapear as relações entre Portugal e as antigas colónias tem sido um dos ramos mais importantes da árvore literária que Carlos Vale Ferraz tem vindo a erguer. Antigo oficial do exército, conheceu bem a realidade da Guerra Colonial, que aprofundou através de investigações em História Contemporânea. O Gémeo de Ompanda e as Suas Duas Almas é mais um fruto dessa atenção permanente e explora a demanda identitária de Aliene, Francisco e Atsu, três personagens suspensas entre as suas raízes africanas e o seu crescimento europeu. O título do romance remete para os cuanhamas, povo do Sul de Angola e do Norte da Namíbia, terra a que um dia se tem de voltar. Porto Editora, 192 págs., €16,60
5. Quando Éramos Peixes
José Gardeazabal
Quando Éramos Peixes é o segundo volume da Trilogia dos Pares de José Gardeazabal, escritor que, além de romances, tem vindo a publicar poesia (Penélope Está de Partida e Da Luz para Dentro lançados este ano), teatro e ensaio. À semelhança do tomo de abertura, A Melhor Máquina Viva, em que um homem decide experimentar a pobreza durante um ano, nesta nova ficção a identidade das personagens também é posta em causa, agora numa interrogação do masculino e do feminino. A grande metáfora de Quando Éramos Peixes é a construção de uma ponte que liga Ocidente e Oriente, um trabalho da arquiteta Simone e do engenheiro Tomass, dupla enredada num triângulo amoroso e no populismo autoritário. Companhia das Letras, 336 págs., €18,45
6. Consumidos pelo Fogo
Jaume Cabré
Nas primeiras 20 páginas do novo livro de Jaume Cabré, autor catalão com vários romances publicados pela Tinta da China, conhece-se a vida de Ismael. Infância atribulada, deixado ao cuidado dos serviços sociais na adolescência, segue depois uma carreira e uma rotina sem grande emoção nem interesse. Mas eis que reencontra uma figura do passado, sofre um acidente e acorda sem memória num hospital, recordando-se apenas de referências de livros que leu. O livro entra então numa nova fase, em jeito de thriller, misturando histórias, lembranças, destinos, tornando-se também uma fábula metafórica sobre o que pode acontecer quando nos aproximamos demasiado da luz. Tinta da China, 136 págs., €16,90
7. Mr. Loverman
Bernardine Evaristo
Esta é a história de Barrington Jedidiah Walker, natural de Antígua, a viver em Londres desde os anos 60. Casado, pai de filhas, avô de um neto, uma espécie de dândi de sentido de humor apurado, que esconde um segredo, logo revelado no arranque do livro: mantém há décadas uma relação com o seu melhor amigo. Terá chegado a hora de assumir a homossexualidade? A partir deste dilema, Bernardine Evaristo, vencedora do Booker Prize em 2019, com Rapariga, Mulher, Outra, constrói uma narrativa em que entram questões pessoais, morais e até culturais, num registo que alterna capítulos de prosa comum com outros de prosa poética. Mr. Loverman foi lançado em 2013 e é o terceiro livro da autora a ser publicado pela Elsinore. Elsinore, 336 págs., €21,45
8. Assombro
Richard Powers
“Têm muito em comum, a astronomia e a infância. Ambas são viagens através de colossais distâncias. Ambas investigam factos que estão para lá do seu entendimento.” Vamos na página 85 de Assombro, novo livro de Richard Powers, autor norte-americano já vencedor de um Pulitzer com The Overstory, e é já impossível largar a história do astrobiólogo Theo e do seu filho Robin, um rapaz doce e especial, que a sociedade insiste em classificar como “fora do espetro”. A luta interior do pai e a sua missão de acarinhá-lo e levá-lo a outros planetas, ainda que metaforicamente, é também uma viagem às questões ambientais e à destruição do planeta e à crise de valores na sociedade. Editorial Presença, 344 págs., €19,90
9. Linha da Frente
Arturo Pérez-Reverte
Arturo Pérez-Reverte é um dos autores espanhóis mais populares em todo o mundo. Um prolífico escritor com uma extensa lista de livros editados em Portugal, entre os quais se destacam nos últimos anos os três de espionagem da série Falcó, insuficientes, porém, para demonstrar a miríade de temas que costuma tocar. Com Linha da Frente entra pela primeira vez no tema da Guerra Civil Espanhola. E entra em grande: trata-se de uma ficção baseada no episódio real da Batalha do Ebro, ocorrida em 1938, uma das mais sangrentas da guerra, aqui transposta para a também ficcionada localidade de Castellets del Serge. Partindo do ponto de vista da ofensiva republicana – o livro inicia-se com um episódio da travessia do rio por um grupo de 18 mulheres da secção de transmissões –, a história saltita sempre entre as duas fações da guerra, através de figuras dos vários batalhões e milícias que combateram, e foca-se em dez dias do conflito, numa descrição dura do que aconteceu. Há lugar para sangue, armas, lutas, estratégia, para uma rica contextualização dos personagens e respetivas dúvidas (quantos nacionalistas não desertaram?), dando uma perspetiva histórica de um tema sempre caro para os espanhóis. Pérez-Reverte foi repórter de guerra durante mais de 20 anos e este novo romance situa-se unicamente no campo de batalha, tendo sido baseado em documentos históricos, mas também em testemunhos, alguns de familiares do próprio autor. Edições Asa, 624 págs., €22,90
10. Oh, William!
Elizabeth Strout
A personagem Lucy Barton volta às páginas de mais um romance de Elizabeth Strout, depois dos livros O Meu Nome é Lucy Barton e Tudo é Possível, ambos publicados pela Alfaguara. Ligados entre si, mas sem representarem uma trilogia propriamente dita, cada um apresenta a protagonista num estágio de vida e em confronto com diferentes emoções e recordações. Em Oh, William!, nomeado para a longlist do Booker Prize (o vencedor será anunciado em outubro), há uma mulher mais amadurecida, já viúva, num momento de reencontro com o ex-marido – o William do título –, com quem parte numa inesperada viagem, física e mental. O ponto de partida para mais uma análise certeira das complexas ligações humanas. Alfaguara, 224 págs., €17,45
11. Lincoln Highway
Amor Towles
Do mesmo autor do aclamado Um Gentleman em Moscovo, chega agora uma história passada na América dos anos 50, sobre a entrada na idade adulta de quatro rapazes peculiares, em périplo pelas estradas do país – Lincoln Highway é o nome da primeira estrada construída para atravessar os EUA de uma ponta à outra. Emmett, Billy, Woolly e Duchess são as quatro figuras centrais e estão cheias de sonhos, ambições e passados mais ou menos conturbados, que o escritor vai revelando aos poucos e com recurso a uma teia de personagens secundárias, num livro que avança num espírito de aventura, comoção e algum humor. Dom Quixote, 608 págs., €24,90
12. O Hobbit
J. R. R. Tolkien
Bem ao seu estilo, Tolkien encheu este livro de seres maravilhosos e aventuras intermináveis. Na verdade, O Hobbit foi o seu primeiro sucesso e a raiz da grande epopeia O Senhor dos Anéis, todos adaptados ao cinema pelo realizador neozelandês Peter Jackson. Seres pequenos e sedentários, os hobbits vivem num dos recantos da Terra Média. Não chateiam ninguém, na esperança de que ninguém os chateie. Mas eis que um feiticeiro bate à porta de Bilbo e leva-o a viajar, lutar contra aranhas, encontrar um anel que todos querem, conhecer o dragão de que todos falam. Quando se estreia a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder, a 2 de setembro, na Prime Video, a editora Planeta lança uma nova edição de O Hobbit, enriquecida com mapas e ilustrações originais de J. R. R. Tolkien. Planeta, 328 págs., €21,90
POESIA
13. Canina
Andreia C. Faria
Novo volume de poemas de Andreia C. Faria, agora na coleção de poesia da Tinta da China dirigida por Pedro Mexia, que sobre o livro diz: “O objecto de Canina é a condição humana, o que há de animal nessa condição, e talvez o que há de mítico.” Nestes poemas convocam-se muitos animais, que se apresentam como metáforas do ser humano e dos seus instintos. Tinta da China, 96 págs., €13,90
14. O Outono de Oitocentos – Antologia de Poesia traduzida por Margarida Vale de Gato
Vários autores
Relegada para uma certa sombra pelo modernismo do século XX, com todas as suas fúrias citadinas, libertárias e imagéticas, a poesia lírica do século XIX é, no entanto, um dos momentos mais criativos da história da literatura mundial. Se abundam os símbolos e as ideias românticas, não faltam soluções criativas que abriram caminho à liberdade poética que se lê hoje em dia. É isso que nos mostra esta extraordinária e pessoalíssima antologia de Margarida Vale de Gato, poeta, professora universitária e tradutora experimentada que verte para português autores ingleses, americanos, franceses e alemães. É um voo panorâmico de Blake a Rilke, de Poe a Rimbaud, de Shelley a Yeats. “Gosto de traduzir poemas com dificuldades técnicas, e isso leva-me a preferir textos com os malabarismos formais”, informa a tradutora. Sorte a nossa. Flop, 296 págs., €16
15. A Morte é uma Flor
Paul Celan
Depois da sua morte, por suicídio, em 1970, foram encontrados vários poemas, alguns concluídos, outros não, no espólio de Paul Celan, um dos autores centrais da língua alemã do século XX. Dos 476 encontrados, 218 foram revelados na Alemanha em 1997, chegando agora 50 a Portugal. Foram selecionados por João Barrento, grande conhecedor da sua obra, responsável (com Yvette Centeno) de uma antologia de Celan pioneira em Portugal. Estes últimos poemas foram escritos, na sua esmagadora maioria, nos últimos dez anos de vida do poeta e exploram (“agora mais a nu, mais em carne viva, mais expostos, sem rede e sem a transfiguração da elaboração poética”, como sugere Barrento) os seus temas de sempre: a memória e o silêncio. Relógio d’Água, 144 págs., €17,50
NÃO FICÇÃO
16. Crónicas Fora de Jogo
Patrícia Portela
A maioria das crónicas aqui coligidas foram publicadas no Jornal de Letras (JL), Artes e Ideias entre janeiro de 2017, quando Patrícia Portela começou a colaborar com o JL, e setembro de 2021, “exercício regular de missão no mundo”, como escreve a própria na introdução. A estas juntam-se outras 25, sob o nome de O Fio de Meada, todas quantas deu voz durante seis meses na Antena 1 (entre setembro de 2019 e 29 de fevereiro 2020), aqui acompanhadas por uma playlist de 25 músicas. Formada em realização plástica do espetáculo, em cinema e em filosofia, Patricia Portela confessa que, antes destas colaborações, a sua relação com a palavra era mais gráfica, visual. Na última página do JL, uma vez por mês, mete-se nos sapatos de outros para contar as suas histórias, “aplicando a empatia como quem usa um ingrediente secreto para cozinhar o melhor prato literário!” Uma delícia, acrescentamos nós. Editorial Caminho, 353 págs., €18,90
17. A Intuição da Ilha – Os Dias de José Saramago em Lanzarote
Pilar del Río
O retrato de um escritor, sobretudo de um com a dimensão de José Saramago, nunca está completo. É sempre preciso juntar novas peças. Mas no ano em que se comemora o centenário do seu nascimento esse retrato fica mais consolidado com a publicação de um dos livros mais aguardados, assinado pela presidente da fundação do escritor, sua tradutora desde Todos os Nomes e viúva. Em 400 páginas, Pilar del Río conta os dias de Saramago em Lanzarote, desde a decisão de se mudarem para a ilha, na sequência da retirada, pelo governo de Cavaco Silva, de O Evangelho Segundo Jesus Cristo de candidato a um prémio literário europeu, censura insuperável, até aos últimos dias de vida. São textos breves que nos falam de uma casa habitada por livros, à qual o casal deu vida fazendo dela um lugar de criação e de observação do mundo, recebendo amigos (o inventário de escritores e intelectuais impressiona) e abrindo a porta a leitores. Particular interesse têm as passagens sobre a génese dos livros de Saramago e os muitos apontamentos do quotidiano, só acessíveis com esta intimidade delicadamente partilhada. O volume inclui fotografias, ilustrações de Juan José Cuadrado e um prefácio de Fernando Gómez Aguilera. Porto Editora, 400 págs., €19,90
18. Infocracia
Byung-Chul Han
Mudam-se os tempos, mudam as formas de domínio. Hoje já não se dominam os corpos e as suas energias, mas a informação e os dados que as pessoas recebem, na maior parte dos casos por meio de algoritmos e outros mecanismos de inteligência artificial. Quem o afirma é Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano há muito radicado na Alemanha. Este seu novo livro é um exame a esta “infocracia”, que sob a aparência de liberdade a todos condiciona com as suas contas falsas, fake news, teorias da conspiração e discursos do ódio. São cinco ensaios (além do que dá título ao conjunto, também O Regime de Informação, O Fim da Ação Comunicativa, Racionalidade Digital e A Crise da Verdade) para compreender o labirinto contemporâneo em que vivemos. Relógio d’Água, 72 págs., €16
19. A Idade da Pele
Dubravka Ugrešic
Uma das mais estimulantes ficcionistas europeias, conhecida em Portugal pelos romances O Museu da Rendição Incondicional, Baba Yaga Pôs Um Ovo e Raposa, Dubravka Ugrešic (nascida na ex-Juguslávia e há muito fixada na Holanda) é também uma exímia ensaísta, com textos que misturam biografia, memória e questionamento da arte e da vida. Conhecendo bem (e por experiência própria) as realidades da Europa do Leste e Central, Dubravka dá-nos ainda o outro lado da moeda, quer quando aborda os processos históricos, quer quando se fixa nas particularidades linguísticas. A Idade da Pele, a sua mais recente coletânea, recolhe textos escritos entre 2014 e 2018 que abordam os mais variados temas, desde o corpo à felicidade, da escrita masculina ao papel dos artistas, do que se esconde na história ao que se revela no presente. Cavalo de Ferro, 200 págs., €17,45
20. 1177 a.C. – O Ano em que a Civilização Colapsou
Eric H. Cline
Eis um empolgante livro de História sobre um mundo em transformação. Não o nosso, embora as comparações sejam sugestivas, mas o que abalou a civilização do Antigo Egito no distante ano de 1177 a.C. Nessa altura, os faraós tiveram de enfrentar os chamados (a partir do século XIX) Povos do Mar, uma confederação de marinheiros do Mediterrâneo e do mar Egeu. Os governantes do Egito saíram vencedores, mas a sua civilização entrou num irreparável declínio, o que marcou o fim da Idade do Bronze. Um admirável mundo novo anunciava-se, mesmo que tenha demorado a afirmar-se. O historiador e arqueólogo norte-americano Eric H. Cline reconstitui todos os passos e protagonistas deste ponto de viragem na História Mundial, num livro bem documentado e acessível ao grande público. Alma dos Livros, 320 págs., €19,45
21. 1822 – Das Américas Portuguesas ao Brasil
Roberta Stumpf e Nuno Gonçalo Monteiro (coordenação)
Estamos num ano de vários bicentenários, incluindo o da primeira Constituição escrita portuguesa aprovada em 1822, a qual está ligada ao objeto central deste livro. Em 1822 – Das Américas Portuguesas ao Brasil cruzam-se diferentes temas ligados por uma cronologia e por um contexto de mudanças rápidas e inesperadas para explicar um processo que culminará nesse acontecimento decisivo na história de Portugal. Mas quando se consumou a independência do Brasil: a 7 de setembro de 1822, quando foi formalmente proclamada, ou em 1808, com a chegada da corte ao outro lado do Atlântico? De que forma o liberalismo político pôde coexistir com a escravatura? E por que razão o Brasil continuou um só enquanto a América espanhola se dividiu em vários países? Oito investigadores portugueses e brasileiros – Alain El Youssef, Andréa Slemian, Isabel Corrêa da Silva, Isabel Lustosa, Jorge M. Pedreira, Miguel Figueira de Faria, Nuno Gonçalo Monteiro e Roberta Stumpf – respondem a estas e outras perguntas. Casa das Letras, 504 págs., €19,50