Alexandra Macedo e Filipa Cruz conheceram-se em 2014, através da rede social Flickr, onde iam partilhando a paixão pela fotografia. Rapidamente perceberam que poderiam unir gostos na criação de “objetos significativos e honestos”. Honestos, explicam, “no sentido de dizerem ao que vêm, de não enganarem sobre quem os faz, e de lhes poder serem dados vários usos”. Assim surgiu a Mariamélia – o nome da marca foi pensado como tributo à mulher portuguesa, “mas poderia ter tido nome de homem”, rematam –, que, depois de alguns anos em banho-maria, ganhou, desde 2018, maior fôlego.
Alexandra, 47 anos, projetista de vestuário, e Filipa, 32 anos, designer gráfica, têm-se dedicado à criação de peças para a casa, feitas à mão, com “respeito pelas matérias-primas e pelos artesãos”. À venda no site da Mariamélia, há almofadas e capas feitas com algodão orgânico e lãs portuguesas, de raças autóctones (a partir de €75), mantas tricotadas, sacos de sarja de algodão (€75), bases para quentes em linho e algodão com enchimento de desperdício têxtil (€13), cadeiras de vime entrançado (€135), candeeiros de aço esmaltado (€115) e vasos de terracota.
A dupla tem vindo também a recuperar peças antigas. É o caso da gamela de madeira (€45), usada antigamente para a massa de pão descansar, das cestas de cana tradicionais do Algarve (€37), que serviam para transportar o polvo, e dos cestos de vime, forrados com tecido de linho e algodão (€17), utilizados no fabrico de pão de fermentação natural, cujos restos de farinha se podem limpar com uma escova feita de madeira natural, fibras de coco e tampico. “Queremos que o cliente saiba o que está a comprar, com respeito por quem fez a peça”, acrescenta Alexandra Macedo. E nós aplaudimos.