Depois de muita inquietação no espaço do Partido Socialista e uma alegada indefinição qualificada, por alguns, como preocupante, talvez explicada, mesmo sem racionalidade aparente, pela vertigem do tempo que vivemos, o secretário-geral do PS escolheu a candidata à Câmara de Lisboa: Alexandra Leitão. E escolheu muito bem.
A escolha de Alexandra Leitão tem um destaque especial e representa uma grande aposta. O secretário-geral do PS aposta e aposta forte em Lisboa. É esse o significado de escolher a sua líder parlamentar, pessoa que se tem destacado pela combatividade e inteligência exibida na oposição ao Governo.
Alexandra Leitão é líder parlamentar, foi ministra, secretária de Estado e é também uma destacada e reconhecida professora de Direito Público, com competências muito acima da média daquilo que um presidente de Câmara normalmente tem no direito administrativo. E essas competências são fundamentais para a gestão de uma cidade.
As câmaras municipais, para além de órgãos políticos, são órgãos administrativos. Assim, para garantir um funcionamento eficaz, ágil e correto, os seus titulares devem ter a capacidade para compreender a sua estrutura, procedimentos e quadro de competências.
Em três pequenos exemplos da gestão de Carlos Moedas, percebemos logo o porquê destas competências serem tão importantes: falha clamorosamente na gestão do lixo, construindo ilhas visíveis de sujeira por toda a cidade, e não é raro vê-lo a desculpar-se com a reforma administrativa – que não percebe – para justificar o péssimo serviço que presta; revela incapacidade para gerir um contrato de publicidade benéfico para o município; e agora, mais recentemente, falha em garantir e assegurar os mínimos olímpicos como a legalidade do órgão a que preside e coloca em risco seis meses de deliberações do município por pura incompetência.
Lisboa precisa de soluções e respostas. Precisa de soluções para o dia a dia de todos aqueles que nela vivem, seja nas ilhas de sujeira, no descuido e desmazelo do espaço público, no trânsito caótico e cada vez mais expressivo, nas desigualdades, mais visíveis e agravadas pela falta e adiamento de projetos de habitação, ou mesmo na segurança. Precisa de substituir o tempo do inaugurar, pelo do lançar. Precisa do foco em concretizar, ao invés do comunicar.
Precisa de voltar a ter ambição com políticas de mobilidade coletiva e de futuro, bem como uma política de habitação credível, capaz de garantir e recuperar o direito à cidade e permitir sonhar os que cá vivem, trabalham e escolheram Lisboa como a sua cidade.
Alexandra Leitão, pelas competências que congrega, aliada a uma capacidade de ouvir e compreender, é sinónimo de ação, solução e concretização. Tudo o que Moedas não é e que tanta falta faz a Lisboa. É, sem dúvida, uma grande aposta.
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