As casas estão cada vez mais caras, um valor que resulta não só de um desequilíbrio entre a oferta e a procura mas também de um reflexo do aumento exponencial dos custos de construção. O mais recente relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) revela precisamente isso ao apontar para acréscimos significativos em termos homólogos de 13,4% nos valores dos custos de construção. “O preço dos materiais e o custo da mão de obra apresentaram, respetivamente, variações homólogas de 18,6% e de 6,1%”, apontou ainda o INE.
Entre os materiais que mais influenciaram esta variação estão os produtos cerâmicos, com crescimentos homólogos dos preços de cerca de 80%. O gasóleo, o cimento, os aglomerados e ladrilhos de
cortiça, as madeiras e derivados de madeira e as obras de carpintaria, os tubos de PVC e o consumo de produtos energéticos apresentaram crescimentos homólogos superiores a 20%.
“Em setembro, a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) terá sido 13,4%, taxa superior em 0,9 p.p. à observada em agosto. Os preços dos materiais aumentaram 18,6%, acelerando 2,1 p.p. face ao mês anterior e o custo da mão de obra aumentou 6,1% (6,8% em agosto)”, aponta-se no relatório do INE. O custo dos materiais contribuiu com 10,8 p.p. para a formação da taxa de variação homóloga do ICCHN (9,7 p.p. em agosto) e a componente mão de obra diminuiu a sua contribuição para 2,6 p.p. (2,8 p.p. no mês anterior).