Portugal não tem somente um mas dois Pritzkers de Arquitetura, prémio máximo internacional para selar a genialidade dos arquitetos e que por cá já foi recebido por Siza Vieira e Souto de Moura. Mas o reconhecimento da arquitetura portuguesa vai muito além destes dois grandes nomes e muitos são os arquitetos, de todas as gerações, que constantemente vão colocando Portugal no mapa da arquitetura de excelência. Razão pela qual o Turismo de Portugal resolveu criar itinerários específicos pelas obras dos mestres da arquitetura em Portugal e apostar ativamente no setor, promovendo-o em eventos nacionais e internacionais. Será também concebido um atlas digital e interativo da arquitetura nacional. As intenções foram ontem divulgadas na apresentação do Programa Turismo & Arquitetura, que decorreu na Casa da Arquitetura – Centro Português de Arquitetura, em parceria com o Turismo de Portugal.
Além dos itinerários pelas obras dos grandes mestres vai ser também criado um itinerário por regiões, com conjuntos de visitas que abrangem edifícios icónicos, reabilitações, edifícios premiados, obras de arte em espaço público e referências a obras contemporâneas de arquitetos reconhecidos e em ascensão.
No Atlas da Arquitetura em Portugal, digital e interativo, vão estar 50 edifícios de referência, com a possibilidade de pesquisa por autores, categorias ou itinerários, quer através do Visit Portugal, quer no site da Casa da Arquitetura.
O programa completa-se com a promoção de uma série de eventos nacionais e internacionais de promoção da arquitetura. Em Portugal destaque para as Casas Abertas no Porto e em Lisboa, a Trienal de Arquitetura de Lisboa, exposições e um Encontro de Turismo Cultural, entre outras iniciativas.
A nível internacional, o objetivo passa pela participação em eventos como a Bienal de Veneza, Bienal de São Paulo, Bienal de Chicago, Congresso UIA e Festival Internacional de Arquitetura (“Entretanto | Meanwhile 2022”), entre outros, de modo a dar a conhecer “o estado da arte da arquitetura” portuguesa.
O património arquitetónico é, há muito, um dos principais ativos turísticos dos vários países e um dos mais promovidos por cada destino para atrair visitantes e turistas. A produção arquitetónica espelha a evolução e a capacidade de inovação das sociedades e daí a forte cumplicidade que sempre existiu entre a arquitetura e o turismo.
A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, salientou no evento que “a arquitetura e os territórios, através dos seus espaços públicos e privados, refletem os desejos e necessidades dos tempos. As arquiteturas artísticas e monumentais, integradas na envolvente, determinam a apetência turística de um lugar e impulsionam a valorização da oferta de fruição pelos territórios”.
Para o Presidente do Turismo de Portugal, Luis Araújo, “importa sublinhar, também, que a arquitetura, o património, a cultura, e outros produtos turísticos correlacionados como a arte contemporânea e a literatura, têm uma importância suplementar porque estão em todo o território nacional e podem ser visitados e procurados ao longo de todo o ano, o que ajuda a combater a sazonalidade. Ajudam, ainda, a alcançar novos mercados e segmentos de maior valor acrescentado em cada mercado, o que é estratégico para o nosso turismo.”
Este programa, desenvolvido no âmbito do protocolo assinado entre a Associação Casa da Arquitetura e diversas áreas governativas, envolvendo o Turismo de Portugal, I.P., contribui para concretizar os objetivos da ET27 e do Plano Reativar o Turismo | Construir o Futuro, nomeadamente no que toca à promoção de uma oferta de produtos diferenciadores, que permite novos motivos de visita, que agrega mais valor à viagem, aos destinos regionais e às empresas.