A Revolut, tecnológica especializada em serviços financeiros, tenciona lançar funcionalidades de depósitos remunerados em Portugal na sua aplicação. “Estamos a trabalhar nisso a nível europeu, já lançamos noutros países da Europa, e estamos a explorar outros mercados. Portugal está dentro das nossas intenções também”, revela Ignacio Zunzunegui, diretor de crescimento da Revolut no Sul da Europa, em entrevista à Exame Informática e na qual revela o plano ambicioso da empresa britânica para o mercado português.
“Percebemos que os clientes estão mal servidos em muitos mercados no que a produtos de poupança diz respeito. Normalmente, as taxas oferecidas pelos bancos são muito baixas, especialmente quando comparadas com as taxas que o Banco Central Europeu tem atualmente, de 4,5%. Por isso estamos a trabalhar em duas soluções”, explicou, a propósito desta aposta.
Uma das funcionalidades será o depósito a prazo convencional, no qual ao fim de um determinado período de tempo o utilizador é remunerado segundo uma taxa de juro definida no momento do depósito. “Uma é a mais tradicional, uma conta de poupança instantânea, na qual o dinheiro que lá colocas gera juros”, adiantou. Este é um produto que já existe, por exemplo, no Reino Unido desde 2020. Atualmente, a Revolut paga juros entre 2% e 3,5% aos utilizadores.
O segundo mecanismo são as contas flexíveis, que em termos técnicos são, na realidade, fundos monetários. Neste caso, o utilizador deposita o dinheiro numa conta e a Revolut usa esse capital para investir em títulos de dívida pública de diferentes países. “Em momentos macroeconómicos de altas taxas de juro, é provavelmente o produto mais competitivo na área da poupança e dos investimentos. Por duas razões. Têm um risco muito baixo – estamos a investir em produtos como títulos públicos de governos da Europa e o perfil de risco é de apenas um em sete, portanto muito baixo. E há a possibilidade de tirares o teu dinheiro quando quiseres”, explica Ignacio Zunzunegui.
“O que estamos a observar é que o mercado das poupanças está mal servido em termos de taxas [remuneratórias], queremos oferecer os melhores produtos e estamos a olhar para duas soluções que já foram lançadas noutros mercados e estamos a trabalhar para lançá-los em Portugal tão cedo quanto possível”, concluiu o executivo.
Pode ler a entrevista completa do executivo espanhol à Exame Informática aqui.