A polícia de Honolulu, no Havai, comprou um Spot à Boston Dynamics por 150 mil dólares e usou-o para monitorizar temperaturas corporais, desinfetar e patrulhar os acampamentos onde estavam pessoas sem abrigo. A aquisição, com recurso a fundos destinados a aliviar as consequências da Covid-19, está envolta em polémica, com a população a questionar esta e outras aquisições de elevada monta.
Em janeiro, as autoridades defenderam a compra dizendo que esta permite reduzir a necessidade de força de trabalho humana e equipamentos, permitindo ainda manter um programa rua-para-abrigo em vigor, de forma segura para os sem-abrigo, para as autoridades e para os trabalhadores sociais.
A Boston Dynamics respondeu por email ao Motherboard revelando que aprova a utilização do Spot nestas condições: “o Spot não foi desenhado para substituir um agente policial ou um trabalhador social, mas sim para estender o alcance do trabalho das autoridades públicas de segurança e departamentos policiais, reduzindo riscos e aumentado a segurança de todos (…) o Spot esteve sempre sob o controlo de um operador humano e foi usado para remover humanos de ambientes possivelmente perigosos”.
O tenente Mike Lambert, um dos defensores desta compra, explica que não se pode atribuir um valor aos possíveis contágios entre a população e os seus familiares que o Spot ajudou a evitar e lembrou que há muitas possíveis utilizações do Spot no futuro pós-pandemia, embora sem entrar em grandes detalhes. “As ideias que acabamos por ter não têm fim, no que toca ao uso potencial após o fim da pandemia”, disse o responsável, evocando cenários de reforço da manutenção do distanciamento social e de operações de busca e salvamento.
Recorde-se que forças das autoridades de outros locais também já adquiram este robô, embora, por exemplo, a Polícia de Nova Iorque tenha, recentemente, acabdo por devolver os cães-robô.