Elon Musk e Neo personificam a ideia de que vivemos numa simulação. Um defende a tese na vida real, o outro encarna-a na ficção. Para o empresário, a existência de tecnologia de realidade aumentada e de jogos de computador cada vez mais sofisticados e indistinguíveis do mundo real sugerem que o nosso mundo possa ser precisamente uma criação de uma civilização antiga e muito avançada. Já Neo, ou Thomas A. Anderson, é o herói preso no Matrix, uma realidade simulada, criada por uma inteligência superior, na saga imaginada e dirigidas pelas irmãs e realizadoras Lilly e Lana Wachowski.
Se Musk é um excêntrico milionário, entre o génio e o louco, e Neo a personagem principal de um dos filmes de ficção científica mais famosos de sempre, já Melvin Vopson é um professor universitário, com todos os pergaminhos que isso implica. Licenciado em Física pela Universidade de Bucareste, na Roménia, doutorado na Universidade de Central Lancashire, atualmente professor da Escola de Matemática e Física da Universidade de Portsmouth, ambas em Inglaterra. Vopson tem explorado a hipótese de que vivemos num universo simulado e que aquilo que os humanos experienciam se trata na verdade de realidade artificial, à semelhança de um jogo de computador, em que as pessoas são elas próprias construções. Uma teoria que não apareceu isoladamente e tem vindo a ser solidificada ao longo do tempo, em artigos científicos publicados por Vopson.