A superfície da Lua tem rególitos e poeiras com todos os materiais que, em teoria, permitem criar células solares, como silício, ferro, magnésio e alumínio, por exemplo. Assim, há muito que investigadores e grupos de trabalho exploram a ideia de construir painéis solares na Lua, com recurso a estes materiais apenas. Agora, a Blue Origin anuncia ter conseguido um feito que nos coloca mais próximos deste cenário.
O programa Blue Alchemist esteve nos últimos dois anos a trabalhar neste projeto e, na sexta-feira passada, anunciou ter conseguido produzir células solares e fios de passagem de eletricidade a partir de um material que simula o solo lunar, com uma composição química e mineral semelhante.
Os investigadores aplicaram um processo chamado eletrólise de rególito derretido para conseguir criar estes componentes. A equipa aplicou uma corrente elétrica ao rególito a uma temperatura acima dos 1600 graus centígrados e, através do processo de eletrólise, foram extraídos minérios como ferro, silício e alumínio. O silício produzido desta forma, por exemplo, tem 99,999% de pureza, explica o ArsTechnica.
Os materiais derivados deste processo foram usados para fabricar as células solares e os revestimentos de vidro que permitem que os painéis sobrevivam por uma década ou mais na superfície da Lua.
A Blue Origin vai aliar-se à NASA para disponibilizar esta solução a tempo da missão Artemis que visa colocar o Homem de novo na Lua. A concretizar-se, é um gigantesco passo em frente na exploração espacial.