A greve nacional foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (Fnam), que aponta como “único responsável” por esta jornada de luta a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que “nada fez para resolver o problema da falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. A paralisação estende-se até quarta-feira e inclui uma manifestação esta tarde junto ao Ministério da Saúde.
“A Fnam apresentou as soluções atempadamente, mas Ana Paula Martins preferiu não as incorporar para termos mais médicos no SNS e, como tal, somos empurrados para esta greve”, disse Joana Bordalo e Sá, presidente da Fnam, em declarações à agência Lusa.
“Nós também exigimos um ministro ou ministra que perceba de saúde e que consiga servir o SNS na sua essência, que é um dos garantes da nossa sociedade e da nossa democracia”, sublinhou a dirigente.
Entre as reivindicações da Fnam está a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial, a integração dos médicos internos na categoria de ingresso na carreira médica e a reposição dos 25 dias úteis de férias por ano e de cinco dias suplementares de férias se gozadas fora da época alta.
A líder sindical disse que se preveem “constrangimentos na atividade programada, com consultas e cirurgias adiadas”, garantido, no entanto, que “os serviços mínimos serão escrupulosamente cumpridos”.
A greve coincide também com uma paralisação de enfermeiros, convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP). Em declarações à Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse não ter havido qualquer articulação com os médicos relativamente à greve, tratando-se de uma coincidência.
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